É quase carnaval, em terras do tio sam. Milhões de americanos vão as ruas comemorar a morte (comemorar?) do internacionalmente procurado e temido Osama Bin Laden. Pelo que afirma o governo americano, Osama está morto, e seu corpo foi jogado ao mar, para que o local onde ele foi assassinado, não vire local de peregrinação.
Li agora a pouco que o governo tio sam não vai liberar fotos do corpo de Osama, alegando temer insuflar revoltas, em vingança ao ocorrido com o líder supremo da Al-Qaeda.
Acordamos na segunda-feira, recebendo esta bombástica notícia, mas só hoje, mais de 48 horas depois, resolvi vir até aqui, escrever um pouco sobre o que isso tudo me parece.
Acredito que ele está morto? Sinceramente, não. Diante das negativas governamentais estadunidenses em mostrar fotos do corpo de Bin Laden, alegando razões de segurança, e até de respeito (pasmem) pelo islã (que para os EUA é composto 100% por terroristas), realmente fica difícil de acreditar. Além do que, históricamente os americanos trazem fatos nebulosos, e contestados até hoje, começando pela morte de JFK (ele sim, se sabe, está morto, mas os fatos que envolvem o caso ainda são misteriosos) e passando pela chegada do homem a lua (essa uma teoria contestatória um tanto pueril).
Podem dizer que sou adepto da teoria da conspiração que eu sinceramente não me importo. Contra fatos não há argumentos, e tudo o que temos são as palavras do presidente Barack Obama, que apesar de ser o homem mais poderoso do mundo, para mim não passa de um desconhecido, herdeiro da tradição americana de guerrear com fins econômicos e eleitorais(reiros).
Quanto a comemoração americana, é compreensivel, afinal, foram milhares os mortos nas torres do WTC. Mas ainda assim me entristece o fato de pessoas se congratulando pela morte de um ser humano. Ora, alguém poderá dizer "que ser humano, que nada, lembra-se do que ele fez?". Lembro sim, e assisti pasmo aqueles tristes acontecimentos, há quase dez anos, pouco depois de eu fazer 18 anos. Me entristeci, como todos mundo a fora, mas aprendi que as guerras sempre tem dois lados. Osama ordenou os ataques de 11/09, matou civis inocentes, mas, em contra-partida, quantos civis inocentes os americanos já mataram mundo a fora? Não se trata de defender o absurdo promovido por Bin Laden, em absoluto, mas também de elencar as ações promovidas por estadunidenses, visando "combater o mau", vestindo-se com os trajes de algozes do terror. Alguém por acaso lembra-se de Hiroshima e Nagazaki? Aquilo também é terror, aquilo também é triste, aquilo também matou milhares de pessoas, e ainda prejudica muitos outros, gerações depois, setenta anos depois.
A guerra sempre tem dois lados, e o que parece absurdo para nossas concepções orientais, pode parecer correta para outras culturas, e vice-versa. Recomendo a quem esteja lendo nesse momento, assistirem a dois filmes: A Conquista da Honra, e Cartas de Iwo Jima, ambos dirigidos pelo mago Clint Eastwood. Eles mostram os dois lados de uma mesma batalha, e foi a partir destas duas obras primas, que aprendi a amainar minhas "paixões" na hora de tomar partido diante de questões tão polêmicas.
Precisamos aprender a ser críticos e analíticos. Precisamos procurar mais opiniões do que o jornalismo da globo. A suposta ação americana se justifica, e se foi verdadeira, não há como não considerar correta, mas não apaga o histórico americano, bastar olhar a história, repleta de acontecimentos.
Pense!