quarta-feira, 22 de junho de 2011

Sobre o espiritismo

No domingo pela manhã, assisti a um programa da igreja adventista, praticando seu esporte preferido, dizer que o espiritismo é obra do demônio. Dizem que o espiritismo é contrário aos ensinamentos bíblicos, e pedem que nos afastemos dos médiuns, pois são porta-vozes do cão.

Não se trata aqui de travar bate-boca com nenhum adventista, pois respeito as opções religiosas de cada um, mas não acho que seja errado defender a minha filosofia (espiritismo não é religião). O espiritismo prega o respeito, a atenção as leis de Deus, a caridade, e a responsabilidade. Também respeita algo que Deus nos deu, o livre-arbítrio para tomarmos nossas decisões. Com todo o respeito, os adventistas proibem seus fiéis de comerem carne suína, e assim sendo, onde vai parar o livre-arbítrio? As religiões tem como costume podar seus fiéis, com a finalidade mais do que clara de tentar controlá-los. O espiritismo não julga e nos ensina a não julgar, nos ensina a ser tolerantes e indulgentes, e nos diz que qualquer que seja a opção religiosa, deverá ser respeitada, pois são meios de os seres humanos chegarem a Deus.

O que não entendo é o motivo dessa guerra franca. O espiritismo está em evidência, a humanidade contesta, reclama por melhores explicações, e as religiões tradicionais colocam tudo na conta de um indivíduo vermelho, com rabo pontudo, dotado de um enorme garfo e que fede a enxofre. Isso é o que se diz às crianças (eu nasci católico e ouvi muito isso), e não é possível negar esse conto da carochinha, pregando um inferno de fogo para o mau comportamento. Enquanto recitam essas escabrosidades, os líderes religiosos se afundam em escândalos, que vão desde enriquecimento as custas da credulidade e ingenuidade da população, até a pedofilia.

Não há uma linha no pentateuco kardequiano que vá de encontro aos ensinamentos bíblicos, o que acontece, é que cada tradução das escrituras (entenda-se por tradução, a encadernação publicada por cada religião), é diferente. Num idioma rico em verbetes como o português, uma simples palavra muda, ou dá margem a mais de uma interpretação possível. Existem religiões que simplesmente escondem o nome de Deus como se fosse proibido, outras incluem livros apócrifos, quase todas as utilizam em benefício próprio, e o evangelho segundo o espiritismo, nada mais é do que um compêndio das instruções dos espiritos sobre as escrituras sagradas.

Trata-se de uma atitude covarde esta. Como demonizar uma criatura como Chico Xavier, que não fez mais nada sobre a terra, que não ajudar o próximo, e que morreu tão pobre como nasceu? O que dizer sobre os templos das religiões tradicionais, que em muitos casos são palácios suntuosos? Acham por acaso que Deus liga pra esse materialismo? Quantas pessoas são ajudadas por kardecistas? Eles obram em nome de Deus, o demônio (que nem existe), não toma nada pra si. Esse demônio de que falam, faz mais pelo próximo sem cobrar um tostão, do que líderes empolados debaixo de seus ternos e gravatas que enriquecem explorando seus irmãos. Desafio quem quer que seja, a entrar em um centro espírita (sério), e encontrar uma caixa de coleta, ou um médium (sério) que peça dinheiro.

Se os templos se esvaziarem, quem vai sustentar os luxos? O que posso deduzir, é que a campanha anti-espírita tem como principal foco, não convencer os espíritas a deixarem a doutrina, mas de manter seus próprio fiéis. O mundo está mudando, e as religiões não oferecem o aporte necessário a questões básicas. Pelo contrário, pregam um Deus raivoso e vingativo, que manda para as chamas do inferno, seus filhos maus. E esse mundo injusto? Culpa do homem, dizem eles. Mas se Deus criou filhos perfeitos, qual o motivo disso? Ah, mas tem a história da Eva que comeu do fruto proibido. Mas se ela era perfeita, como caiu na perfídia de satanás?... e assim vai. A bíblia está repleta de parábolas, de histórias que funcionam como exemplos ilustrativos, e o jardim do Éden é mais uma delas.

Se o indivíduo só tem uma vida, que mau fez uma criança que morreu ao nascer? Se ele não viveu anteriormente, que culpa tem ele, e por qual motivo Deus não os defende da maldade? Os que nascem neste tempo estão a mercê de tudo o que fizemos de errado? Que Deus mais injusto é esse? Não sei, mas não é o meu Deus, pois o meu Deus é um pai bom e justo, que nos dá inúmeras oportunidades. Crêr nessas evidentes tentativas de cerceamento e castração da capacidade de raciocínio dos fiéis é algo deplorável. Se os templos fossem proteção plena, tantos não ruiriam por guerras, ou desastres naturais. O homem encontra Deus onde estiver, e não nas falácias dos líderes religiosos.

As religiões tradicionais ignoram a ciência, pelo menos até que lhes convenha. O espiritismo anda lado a lado com ela, e até é comprovado por ela. Para elas (religiões) a evolução do homem é balela, a realidade são Adão e Eva. Bom, se isso é verdade, a humanidade foi disseminada por meio de um pecado, o incesto. Mas, pelo menos do que se tem notícia, este casal teve dois filhos, e assim sendo, mesmo com incesto, de onde saíram os filhos? Se o que vale é o que está na bíblia, esta não diz que o casal teve filhas. Será que não havia uma família vizinha? A bíblia se adequava ao público de milênios atrás, seus ensinamentos são corretos e limpos, mas o ser humano é compelido a contestar e querer mais. A história do indivíduo vermelho, mau e fedorento já não cola mais, e a prova é que os templos cada vez estão mais vazios, e seus líderes são cada vez mais contestados.

Foi-se o tempo da cangalha, o ser humano quer liberdade pra pensar. No centro espírita encontro paz, assim como os demais frequentadores. Até onde sei, as pessoas só encontram nos templos uma calhamaço de coisas que não se deve fazer, para evitar a ira divina.

Um Deus irado, e que ainda viu sua obra ser deturpada pelo demo, sem tomar nenhuma atitude! Se assim fosse, a humanidade estaria perdida para sempre nas mãos de um diabo que nem sequer existe.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Mudanças

Superficiais ou profundas, benéficas ou não, traumáticas ou não, mas necessárias sempre. O indivíduo que não muda, não se renova por obviedade. Marcar passo numa mesma questão, ou mesmo sofrer por ela por muito tempo, trás desgaste e complicações até mesmo físicas. Não podemos acelerar nossos processos, mas tampouco podemos perder de vista o fato de que as coisas mudam e você não pode querer ficar do mesmo jeito pra sempre.

Não sei de onde me veio a idéia de escrever sobre isso, mas creio que a vontade tenha nascido do fato de eu ter mudado, e mudado muito nos últimos tempos. Vi, e muito feliz, irem embora algumas coisas que não me faziam nenhum bem, somente me atormentavam, me machucavam e me "puxavam para baixo". Após um considerável período de turbulência, pedi a Deus que me mandasse seus anjos afim de me conduzirem até uma vida mais tranquila, mais saudável. Então, fui atendido, e ele me mandou vários anjos, sem asas, mas que me trouxeram uma nova realidade, um novo momento, uma vida mais tranquila, sem grandes sobressaltos e com muitas, muitas alegrias, risadas e sorrisos.

Estes anjos, são alguns amigos que surgiram na minha vida, e outros que foram resgatados. Há tempos eu vivia fechado em minha casca, me batendo por algo que não existia, brigando pelo que não teria, mas só hoje percebo isso. Esta minha neurose, me fazia esquecer das pessoas que me rodeavam, e até mesmo me impedia de enxergar outras tantas.

E tudo mudou, veio uma "nova" vida, um novo relacionamento, que embora ainda tenro, me faz sentir paz, acolhimento e alegria. Ela, e eles, a cada dia me mostram o quanto é bom viver, e me provam que as tristezas assim como as alegrias são passageiras, e devemos optar por uma ou outra. Pense você, o que te faz bem? A alegria ou a tristeza? Li ainda hoje no evangelho segundo o espiritismo, que as penas são menos duras, se lembrarmos que a vida não acaba aqui. Não é simples, mas a cada nova situação isso se comprova.

Portanto, deixe irem embora as tristezas, e invista em alegrias. É um grande negócio, faz bem para o corpo e para o espírito.