domingo, 16 de janeiro de 2011

É estranho o que sinto agora. Há tempos eu não passava um final de semana, simplesmente pensando em mim, sem neuroses e medos, sem as dores da perda e da desilusão. É certo que o ser humano se acostuma a tudo, mas ainda assim é difícil acreditar que a tranquilidade é estranha, depois de meses de turba, mas a realidade é que não me parece normal, não ao menos diante de todo o restante que passou.

Na minha opinião as reviravoltas vão seguir. Aliás, já devem estar acontecendo. A diferença nisso tudo é a postura. Certas coisas não são passíveis de aceitação. O cansaço é grande com tanta confusão. É como ser um brinquedo, que se tira da caixa para brincar, e quando enjoa, volta a ser encaixotado. Tudo tem um limite, e creio que esse processo já estava em vias de exaustão há um bom tempo.

E agora?

Primeiro, é preciso olhar pra si. O que tem até agora de seu? Nada. Os 30 anos estão logo ali, e até agora nada que possa ser dito seu. Qual o problema em querer fazer um pouco como os outros? Ter carro, morar sozinho, viver a vida? Só o que fez até agora foi perseguir estudos, formação. Já possui um diploma, mas este não lhe trouxe nada material, embora lhe tenha dado grande arcabouço cultural.

Mas há problema em querer viver sem se preocupar com estudar? Parece desnatural, não parece seu... será? Ou será que apenas não havia olhado para esta sua parte? Talvez aí esteja a explicação. Como querer estar bem com outra pessoa, sem estar consigo mesmo?

Não é recomeço nem readequação é redescobrimento.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Inacreditávelmente se foi

Já não era sem tempo, dirão alguns mais ansiosos por atitudes. Não te precipites, no entanto dirão outros, querendo não ver arrependimento. Todos em absoluto tem o mesmo intuito: a felicidade dele.

Ponto certo é que, a história toda já está resolvida desde sempre, em sua essência. Só agora consegue vislumbrar isso com a clareza necessária. Nada de arrependimentos, tudo é aprendizado, e tudo tem seu tempo certo.

Sofre? Sim, sofre. Mas quem passa por essa vida sem sofrer? Acaso ele se julgaria acima do bem e do mal, capaz de ficar a margem da vida, que não é feita só de flores... nela hão espinhos, cercando as mais belas flores, e portanto machucando ao tentar apanhá-las. Assim é a vida... a felicidade não é para esse tempo presente, nossa pequenice não nos permitiria alcançar a felicidade duradoura, apenas a passageira.

É... as coisas vão e vem. Cala fundo, machuca, mas o rescaldo que permanece traz alguma paz, traz alguma esperança.

E é isso que importa... pensar no futuro, mudar o rumo das coisas. Todos temos a capacidade de mudar os nossos destinos, basta querermos, basta aceitarmos. Triste daquele que simplesmente aceita, aceita e aceita, não tenta fazer diferente, e depois põe toda a culpa por sua inércia no Pai. Deus nos dá o livre-arbítrio para fazermos escolhas, não para fazermos escolha alguma.

Escolhendo mudar, esquecer, ir em frente, aceita a dor que isso trará, mas sabe que tanto pior do que isso é deixar como está. Traz de volta o respeito para si, o amor-próprio que demais é prejudicial, mas que na medida certa é libertador.

Libertador como as asas do Condor, voando atrás de um sonho com o céu por detrás, trazendo na asa um sonho. Que a miserável condição da raça humana procurando o céu, levante a cabeça e ao levantar por encanto escorregue seu véu.

Consciente de sua condição, a vida segue, aproveitemo-la.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Salve Osho

Em dados momentos, somos compelidos a tomar certas atitudes, como a de ler determinados livros. Nos últimos dias, tenho sentido imensa vontade de ler sobre a doutrina espírita, e de ler Osho. Quem é Osho? É um sábio, um virtuoso que estuda o comportamento humano, principalmente no que diz respeito a relacionamentos (ou relacionar, como ele prefere).

Osho me diz que eu não amo, pois os sentimentos que este suposto sentimento gera, não são adequados com o que eu suponho ser amar.

Não posso refutar o que diz Osho, os argumentos dele são incontestáveis. Começo a entender o que se passa comigo e aquilo que sinto.

Acontece que o coração sente, não entende. Compreender vem na linha da razão, e quem sente não raciocina. Meu velho coração só sente e bate, é sua função.

Ainda preciso internalizar isso para poder acalmá-lo, mas é bom ver a luz de uma possível solução.

Estou transformando meu blog quase num diário, e isso não me soa muito bem. Mas são experiências de vida, e todas elas são importantes para o nosso desenvolvimento. Dividi-las pode ajudar algumas pessoas, outras tantas que vivem momentos semelhantes aos que eu vivo por hora. 

Não posso entrar em detalhes, pois isso me exporia demasiadamente, e exporia outras pessoas igualmente. Mas creio que não fica complicado de entender o que se passa.

Só espero que as coisas melhorem e se encaixem.

E esse texto tá uma droga, aliás como tudo que tenho escrito nos últimos dias. Mas eu não me importo, preciso escrever para desabafar.

Perdão a quem quer tenha lido, mas não consigo evitar.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Bloqueio

Ainda esses dias me questionava sobre o motivo de eu não conseguir mais escrever sobre espiritismo. Depois dos acontecimentos recentes, parece que eu voltei a uma certa consciência, de que eu havia abdicado do restante da minha vida. Parei de ler sobre a doutrina, e como estou longe de ser um virtuoso no assunto, obviamente não iria conseguir escrever sobre aquilo que parei de aprender.

Ainda preciso acabar de ler a codificação.

Preciso continuar a ler os romances espíritas.

Preciso terminar de ler o Osho.

Preciso recobrar a consciência de que só existe uma pessoa sem a qual eu não posso viver: eu mesmo.

Nada mais nos ombros dos outros, nada mais de querer desmedidamente, não mais desistir de mim em nome de algo que não necessariamente é aquilo que eu acho que é, ou que eu quero que seja, ou que eu supostamente preciso que seja.

Tudo uma imensa teoria, mas que espero em breve ter forças para levar para a prática.

E repito: que Deus me ajude... sei que ele não vai me faltar.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

É simples acostumar com uma rotina, é fácil querer e acreditar que é possível.

Ver essa rotina desfeita, ou melhor, ter que desfazer essa rotina não é algo fácil. Aliás não sei o que pior, desfazer ou continuar. Continuar significa estar num espaço que conheço, que não é nada confortável, mas com o qual eu já aprendi a lidar; desfazer é diferente, desfazer significa algo novo, e que me parece até então dolorido, vazio, duro, solitário...

Optei por desfazer, mas nem sei por onde começar. Não quero mais querer, pelo fato de que esse querer não é completo. É um querer que mais machuca do que acolhe, é uma certeza de que ali adiante tudo volta ao ponto inicial, tudo desmancha, tudo parece não ter valor. O que existe parece muito pouco para qualquer coisa.

Ao mesmo tempo, lembro de que ninguém é obrigado a querer e estar com ninguém. Como já disse, a responsabilidade pela minha felicidade é igualmente minha. O diacho é que querer estar se quer, o que não se quer é continuar estando.

Eu preciso estar com alguém o tempo todo. Não me refiro a passar 24 horas junto, mas preciso de alguém dê continuidade num relacionamento, e que não tenha que pensar em como resolver outras coisas.

Preciso pensar um pouco mais em mim, por mais que isso pareça aceitar o sofrimento, mas creio que seja o resgate do amor-próprio, da auto-estima, coisa que já há algum tempo sepultei em algum lugar que não lembro onde era.

Tenho esperança de reencontrar e ressucitar essas coisas tão importantes, e que ao faltarem me fizeram um indivíduo muito aquém do que eu sempre fui. O eu que eu conheci está escondido em algum lugar aqui dentro de mim, preciso reencontrá-lo, trazê-lo a luz, alimentar-lhe, fortalhecer-lhe.

Quem sabe assim eu possa ser feliz, estando bem comigo mesmo, afinal, como estar bem com alguém sem estar bem comigo mesmo?

É quase um renascer.

Tão dolorido tanto, mas dessa vez sou eu mesmo quem sente as "dores do parto."

Que os espíritos de luz me iluminem e guiem... vou precisar deles mais do que nunca.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Sobre dores e mágoas

Não gosto de falar das dores, cada um tem as suas e cada um sabe como doem.

Não gosto de falar das mágoas, pois falar não ameniza o magoar.

Só posso dizer que gostaria de não sentir dor nem mágoa; que não quero mais viver nessa roda viva; que não quero mais nada pela metade; que não quero mais esperar, esperar, esperar... e sempre saber que tudo vai mudar de repente.

Já há tempos aprendi a não responsabilizar os outros pelo que acontece comigo. Ninguém é responsável pela minha felicidade, a não ser eu próprio. Tudo que vivo, tudo aquilo que passo, os machucados, as dores, tudo, tudo é responsabilidade minha, são minhas escolhas, minha responsabilidade, ninguém faz nada que não queira.

Eu quis.

E como eu tenho a consciência de que sou capaz de mudar o meu destino, e por só fazer aquilo que quero, passo então a querer não querer mais minha vida como tem sido de uns tempos para cá. Eu quero não querer mais viver nessa corda bamba, nessa roda viva, em que cada dia, cada hora, cada minuto, podem significar o soterramento de planos e esperança.

Eu não quero mais.

Eu sou o responsável por isso, e nesses termos EU NÃO QUERO MAIS!

Que Deus me ajude a superar e seguir em frente, e que 2011 signifique paz, alento, harmonia e amor para o meu coração, e pelos de todos aqueles a quem amo.