quinta-feira, 25 de agosto de 2011

A árdua tarefa de ser gremista

Tem pelo menos uns 10 anos que o Grêmio não vence nada de relevante. De 2001 pra cá, o único título nacional foi o da série B, em 2006. Desde então, a imortalidade tricolor vem sendo evocada até em empates com o Caxias, como na final do primeiro turno do campeonato gaúcho. A imortalidade já virou piada para colorado rir adoidado... e com razão.

Do outro lado, desde 2006, os colorados empilham taças. A atual fase vermelha, é semelhante a vivida pelo tricolor nos anos 90. Tudo que o Internacional toca vira ouro, tal como midas, tudo dá certo sempre. Tudo que o Grêmio toca vira piada, desalento e desespero.

Tanto que eu simplesmente desisti até mesmo de secar o co-irmão. Simplesmente pelo fato de que isso não faz mais o mínimo sentido. A única coisa que o Grêmio disputa é a permanência na série A, e os vermelhos jogam outro campeonato. O desespero é tanto, que assistimos aos jogos, já esperando qual será a próxima besteira. A fase é tão absurda, que empate fora de casa com o atlético-GO vira bom resultado, mas aí vem a besteira, um gol aos 45 do segundo tempo, e voltamos pra casa com uma mão na frente e outra atrás.

Estou fazendo o que todo gremista deveria fazer, cuidando do que importa, o Grêmio. O que acontece entre a avenida Padre Cacique e a Edivaldo Pereira Paiva não é problema nosso. Aliás, a direção gremista deveria aprender isso. Inclusive, a direção precisa deixar de lado o ego, parar de brigar por divergências políticas, e levar o Grêmio ao seu lugar de direito.

O gremista está ferido de morte, cambaleando. O clube chafurda na lama egóica de dirigentes que pretenciosamente querem ser maiores do que um clube com quase 108 anos de história. E a muleta atual é a arena. De que vale uma arena para um time da série B?

Ontem ouvi um colorado dizer no rádio que é maravilhoso ser colorado. Eu digo aqui, que é muito difícil ser gremista, sobretudo nos últimos anos. Eu não desisto, sou orgulhoso do manto, mas realmente algumas pessoas não merecem estar onde estão.

Chega de tanta mediocridade!

sábado, 13 de agosto de 2011

Vila!

Foi lá, num lugarejo esquecido do mundo entre suas ruas de chão batido, grandes e velhos casarões recheados de histórias, e sua população composta em maior parte por pessoas simples, como lavradores e peões, onde o tempo parecia não passar, o pedaço de chão onde vivi minha infância.

Para o menino que eu fui, era um paraíso, um verdadeiro reino encantado. O maior perigo era ser picado por uma abelha, e o que demais terrível podia acontecer, era meter o pé em esterco bovino (popularmente conhecido como bosta de vaca).

Meus pais se mudaram para lá quando eu tinha em torno de dois anos. Lá eu vivi minha infância em plenitude, com liberdade, liberdade esta que hoje é tão rara até mesmo em pequenas cidades. Neste cantinho do mundo de meu Deus, minha mãe sempre sabia onde e com quem estava, mesmo que na época celular não existisse nem em pensamentos. Aliás, telefone, só havia um, via rádio, que era utilizado por quem quisesse (e pagasse, claro), e cuja telefonista era minha própria mãe.

Além do fato de a atividade de comentar os fatos da vida alheia (ou seja, fofoca) fosse largamente praticado por lá, o motivo da minha mãe saber sempre de mim, era o de que todos se conheciam, e cuidavam (as vezes um pouco demais é bem verdade) do que os demais faziam, e isso incluía as crianças, claro.

As pessoas que conheço a mais tempo (ao menos de que me lembro), em grande parte ainda vive lá. São os mesmos que ficam olhando meio admirados, de soslaio e de longe, no que aquele gurizinho com cabelinho cortado no maior estilo índio, se tornou. São pessoas que me viram "largando as fraldas", que me viram andando de bicicleta para baixo e para cima, jogando bola na praça, dançando no CTG. Pessoas que até hoje dizem "mas aquele gurizinho tão pequeninho"! Vá lá que eu não sou lá muito grande, mas dá pra notar a diferença.

São pessoas que me conhecem, que se recordam de mim. Pessoas a quem a fisionomia não me é estranha, mas que não me lembro do nome em sua grande maioria. É uma relação diferente. Eu não tenho o costume de abordar quem quer que seja, e perguntar se esse alguém me conhece, e então eu vou passando.

Este é o lugar da minha infância, rodeado de campos e bois, com meia-dúzia de ruas onde passavam meia-dúzia de carros por dia. Eu amava aquela vila, sonhava em viver lá para sempre. Aliás, o menino que eu fui ainda ama, pois não há um dia sequer em que eu deixe de pensar um pouco sequer naquele pedaço de terra.

Me sinto feliz em dizer que tive a infância, que toda criança mereceria ter, uma infância sem grades, sem portões eletrônicos, sem câmeras de vigilância. Era apenas um menino olhando as imensidões de campo em redor, frequentando a Escola Estadual de 1º Grau Moisés Viana desde o ano de 1989, e brincando, brincando a vida como toda criança mereceria brincar a sua vida.

Falo do 3º Distrito, que dista 43 km (ou algo assim) da sede do município, Santiago. Falo da vila que já foi Flores, que por longos anos teve seu destacamento da Brigada Militar, comando pelo CB Jorge Auri Moraes La Roque, meu pai, hoje aposentado 1º Ten da Reserva, que por muitos anos também foi patrão do CTG, sempre ladeado por dona Rita Teresa Dorneles La Roque, minha mãe, sempre pronta para as lides nas festividades daquela sociedade tradicionalista, e sempre atenta a mim, único filho a época.

Falo da que chamam comumente, apenas vila mesmo. Vila do senhor Sadi Rosa e da dona Zoleida e seus filhos, um deles meu amigo de infância. Vila do Senhor Salvador Cardoso, da dona Mara, e de seus filhos, dos quais o mais velho eu conheci com alguns dias, e do qual meus pais são padrinhos. Vila do "nêgo tabaco", do "mindo do busão", do Valdoci e da Liliane, do Dari e da Gessi e de seus filhos.

Vila!

Lembro do seu Generoso e da dona Mimosa, muito idosos quando eu ainda era menino. Eu ia muito lá, seu gegê tocava violino e me contava história do tempo antigo, dona mimosa me dava lá algo de comer, e tinha a filha deles, também já de idade avançada. Seu generoso era meu amigo, aliás, é, pois sei que ele está vivo, seja onde estiver. Lembro com carinho de quando ele me chamava de sarapico.

Vila!

Lembro de quanto carinho eu recebi lá. Vila do "tura" e da Rita e de tantos outros personagens de minha infância. Vila que não concebo mais como lugar para viver em minha adultez, mas que foi perfeita para minha infância, e que seria perfeita para tantas outras crianças ao redor do mundo. De repente me dou conta do quanto fui mal-agradecido tantas vezes, sem notar o que Deus me deu de bom grado e que tantos outros não tem nem em sonho.

O ser humano é assim, custa a enxergar o que recebe de bom e se esforça em enaltecer o que de ruim aconteceu. Será que não está na hora dessa consciência mudar?

Não sei se alguém vai ler isso que escrevi, pelo menos dentre as pessoas que me conhecem desde então, mas gostaria de deixar aqui meu agradecimento por tudo. Estas pessoas simples fizeram e fazem parte da minha vida, e jamais serão esquecidas, mesmo que eu não me lembre de seus nomes, ou não tenha me ocorrido escrever no texto.
Vila!

Vila Florida, o lugar da minha infância, lugarejo esquecido no mundo...

"pr'onde eu voltar qualquer dia, a qualquer hora" (Luis Carlos Borges), mesmo que apenas a passeio.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

CBF sai derrotada pelo Paraguay e Brasil vence

Não é de hoje que torço contra a CBF, que chamam de seleção brasileira, mas que para mim não passa do CBF F.C., e que ontem deram um espetáculo de mediocridade e incompetência. É estranho torcer contra brasileiros, vestindo uma camiseta verde e amarela, mas ainda assim já é mais do que hora de protestar.

Desde que me entendo por gente, Rei Cardo Teixeira, reina impoluto e solitário sobre o trono da CBF. Investido de um poder incomum, este cidadão decide tudo no futebol brasileiro, desde as aberturas e fechamentos de janela, até que emissora transmite os jogos do campeonato nacional, passando por outros eventos que pipocam quase que diariamente nos noticiários (com exceção de alguns que já conhecemos bem).

Em suma, o futebol brasileiro é uma baderna, que não beneficia a ninguém, ou a quase ninguém. Desde muito tempo, os clubes brasileiros perdem seus atletas a quem pagam salários, e tratam quando das lesões, sob o pretexto de servir a seleção brasileira. E nisso incluam-se amistosos ridículos, disputados na república da caixa-prega contra a seleção local, jogos que, como se sabe rendia bom dinheiro, isso não é segredo. O fato é que os clubes tem contrato com os atletas, mas não tem total controle sobre eles, pois a qualquer momentos eles podem ser convocados para defender a seleção de Rei Cardo.

Sem falar, que além da seleção principal, as de base também ficam o tempo todo tirando atletas dos clubes, tornando-os reféns do Rei. Veja se na europa funciona assim. Lá, existem datas específicas, e quando a seleção joga, os campeonatos locais param para que os clubes não sejam prejudicados. Mas aqui, isso não importa, apenas importa a vontade do Rei, e de sua corte da qual fazem parte os cartolas do futebol brasileiro, que no máximo pedem clemência para que seus atletas sejam liberados por um ou dois jogos. Os dirigentes do futebol brasileiro me enojam. Eles, o Rei, e a poderosa.

E no mais, tome Corinthians e Flamengo nos dois únicos horários do futebol na poderosa, que repassa direitos a outra emissora que reza pela mesma cartilha. O trabalhador não tem direito a assistir o seu time, nem muito menos de assisti-lo num horário mais adequado a necessidade de acordar cedo para trabalhar. O brasileiro precisa esperar o fim da novela, para assistir o Corinthians, ou o Flamengo, ou ambos, para ir dormir meia-noite. Se quiser ir ao estádio, e o jogo for cedo, se acaba no trânsito, se for tarde, chega de madrugada em casa, em suma, uma falta de respeito.

Ainda me pergunto como existe quem torça pela CBF. É mais do que hora para reflexões profundas. Por isso, a CBF perdeu para um Paraguay que jogou 120 minutos se defendendo, errando quatro penaltis, e quem saiu de campo vencedor foi o Brasil. Chega de ver triunfos do rei, e finalmente existe uma geração capaz de sepultar este império.


Ah, o Vítor pegaria os dois pênaltis que o Paraguay converteu, mas, como sempre, na CBF só existe lugar para os figurões. Julio Cesar é símbolo dessa geração, que nunca ganhou nada, afinal, copa américa e das confederações não põe estrela na camisa.


Abaixo Rei Cardo Teixeira, pelo bem do nosso futebol!


Viva a um futebol brasileiro livre do líder déspota!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

No dia em que eu não me emocionar

Sem nenhum medo de parecer piegas, digo com todas as letras o quanto a dor e o sofrimento alheio me comovem, e em alto e bom som afirmo que no dia em que eu não me emocionar com tais fatos, significa que perdi algo pela estrada.

Se o fato de um menino viver desde o nascimento dentro de um hospital não comover, não sei mais o que fará.
Me refiro a matéria exibida hoje no Jornal do Almoço de hoje, na RBS (resistências a parte).

Já tuitei a um membro da direção gremista, pedindo que se faça uma campanha para ajudar o menino, que precisa de apoio de toda sorte.

Procure o vídeo no site do JA no www.clicrbs.com.br, no estado do RS.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Sobre o espiritismo

No domingo pela manhã, assisti a um programa da igreja adventista, praticando seu esporte preferido, dizer que o espiritismo é obra do demônio. Dizem que o espiritismo é contrário aos ensinamentos bíblicos, e pedem que nos afastemos dos médiuns, pois são porta-vozes do cão.

Não se trata aqui de travar bate-boca com nenhum adventista, pois respeito as opções religiosas de cada um, mas não acho que seja errado defender a minha filosofia (espiritismo não é religião). O espiritismo prega o respeito, a atenção as leis de Deus, a caridade, e a responsabilidade. Também respeita algo que Deus nos deu, o livre-arbítrio para tomarmos nossas decisões. Com todo o respeito, os adventistas proibem seus fiéis de comerem carne suína, e assim sendo, onde vai parar o livre-arbítrio? As religiões tem como costume podar seus fiéis, com a finalidade mais do que clara de tentar controlá-los. O espiritismo não julga e nos ensina a não julgar, nos ensina a ser tolerantes e indulgentes, e nos diz que qualquer que seja a opção religiosa, deverá ser respeitada, pois são meios de os seres humanos chegarem a Deus.

O que não entendo é o motivo dessa guerra franca. O espiritismo está em evidência, a humanidade contesta, reclama por melhores explicações, e as religiões tradicionais colocam tudo na conta de um indivíduo vermelho, com rabo pontudo, dotado de um enorme garfo e que fede a enxofre. Isso é o que se diz às crianças (eu nasci católico e ouvi muito isso), e não é possível negar esse conto da carochinha, pregando um inferno de fogo para o mau comportamento. Enquanto recitam essas escabrosidades, os líderes religiosos se afundam em escândalos, que vão desde enriquecimento as custas da credulidade e ingenuidade da população, até a pedofilia.

Não há uma linha no pentateuco kardequiano que vá de encontro aos ensinamentos bíblicos, o que acontece, é que cada tradução das escrituras (entenda-se por tradução, a encadernação publicada por cada religião), é diferente. Num idioma rico em verbetes como o português, uma simples palavra muda, ou dá margem a mais de uma interpretação possível. Existem religiões que simplesmente escondem o nome de Deus como se fosse proibido, outras incluem livros apócrifos, quase todas as utilizam em benefício próprio, e o evangelho segundo o espiritismo, nada mais é do que um compêndio das instruções dos espiritos sobre as escrituras sagradas.

Trata-se de uma atitude covarde esta. Como demonizar uma criatura como Chico Xavier, que não fez mais nada sobre a terra, que não ajudar o próximo, e que morreu tão pobre como nasceu? O que dizer sobre os templos das religiões tradicionais, que em muitos casos são palácios suntuosos? Acham por acaso que Deus liga pra esse materialismo? Quantas pessoas são ajudadas por kardecistas? Eles obram em nome de Deus, o demônio (que nem existe), não toma nada pra si. Esse demônio de que falam, faz mais pelo próximo sem cobrar um tostão, do que líderes empolados debaixo de seus ternos e gravatas que enriquecem explorando seus irmãos. Desafio quem quer que seja, a entrar em um centro espírita (sério), e encontrar uma caixa de coleta, ou um médium (sério) que peça dinheiro.

Se os templos se esvaziarem, quem vai sustentar os luxos? O que posso deduzir, é que a campanha anti-espírita tem como principal foco, não convencer os espíritas a deixarem a doutrina, mas de manter seus próprio fiéis. O mundo está mudando, e as religiões não oferecem o aporte necessário a questões básicas. Pelo contrário, pregam um Deus raivoso e vingativo, que manda para as chamas do inferno, seus filhos maus. E esse mundo injusto? Culpa do homem, dizem eles. Mas se Deus criou filhos perfeitos, qual o motivo disso? Ah, mas tem a história da Eva que comeu do fruto proibido. Mas se ela era perfeita, como caiu na perfídia de satanás?... e assim vai. A bíblia está repleta de parábolas, de histórias que funcionam como exemplos ilustrativos, e o jardim do Éden é mais uma delas.

Se o indivíduo só tem uma vida, que mau fez uma criança que morreu ao nascer? Se ele não viveu anteriormente, que culpa tem ele, e por qual motivo Deus não os defende da maldade? Os que nascem neste tempo estão a mercê de tudo o que fizemos de errado? Que Deus mais injusto é esse? Não sei, mas não é o meu Deus, pois o meu Deus é um pai bom e justo, que nos dá inúmeras oportunidades. Crêr nessas evidentes tentativas de cerceamento e castração da capacidade de raciocínio dos fiéis é algo deplorável. Se os templos fossem proteção plena, tantos não ruiriam por guerras, ou desastres naturais. O homem encontra Deus onde estiver, e não nas falácias dos líderes religiosos.

As religiões tradicionais ignoram a ciência, pelo menos até que lhes convenha. O espiritismo anda lado a lado com ela, e até é comprovado por ela. Para elas (religiões) a evolução do homem é balela, a realidade são Adão e Eva. Bom, se isso é verdade, a humanidade foi disseminada por meio de um pecado, o incesto. Mas, pelo menos do que se tem notícia, este casal teve dois filhos, e assim sendo, mesmo com incesto, de onde saíram os filhos? Se o que vale é o que está na bíblia, esta não diz que o casal teve filhas. Será que não havia uma família vizinha? A bíblia se adequava ao público de milênios atrás, seus ensinamentos são corretos e limpos, mas o ser humano é compelido a contestar e querer mais. A história do indivíduo vermelho, mau e fedorento já não cola mais, e a prova é que os templos cada vez estão mais vazios, e seus líderes são cada vez mais contestados.

Foi-se o tempo da cangalha, o ser humano quer liberdade pra pensar. No centro espírita encontro paz, assim como os demais frequentadores. Até onde sei, as pessoas só encontram nos templos uma calhamaço de coisas que não se deve fazer, para evitar a ira divina.

Um Deus irado, e que ainda viu sua obra ser deturpada pelo demo, sem tomar nenhuma atitude! Se assim fosse, a humanidade estaria perdida para sempre nas mãos de um diabo que nem sequer existe.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Mudanças

Superficiais ou profundas, benéficas ou não, traumáticas ou não, mas necessárias sempre. O indivíduo que não muda, não se renova por obviedade. Marcar passo numa mesma questão, ou mesmo sofrer por ela por muito tempo, trás desgaste e complicações até mesmo físicas. Não podemos acelerar nossos processos, mas tampouco podemos perder de vista o fato de que as coisas mudam e você não pode querer ficar do mesmo jeito pra sempre.

Não sei de onde me veio a idéia de escrever sobre isso, mas creio que a vontade tenha nascido do fato de eu ter mudado, e mudado muito nos últimos tempos. Vi, e muito feliz, irem embora algumas coisas que não me faziam nenhum bem, somente me atormentavam, me machucavam e me "puxavam para baixo". Após um considerável período de turbulência, pedi a Deus que me mandasse seus anjos afim de me conduzirem até uma vida mais tranquila, mais saudável. Então, fui atendido, e ele me mandou vários anjos, sem asas, mas que me trouxeram uma nova realidade, um novo momento, uma vida mais tranquila, sem grandes sobressaltos e com muitas, muitas alegrias, risadas e sorrisos.

Estes anjos, são alguns amigos que surgiram na minha vida, e outros que foram resgatados. Há tempos eu vivia fechado em minha casca, me batendo por algo que não existia, brigando pelo que não teria, mas só hoje percebo isso. Esta minha neurose, me fazia esquecer das pessoas que me rodeavam, e até mesmo me impedia de enxergar outras tantas.

E tudo mudou, veio uma "nova" vida, um novo relacionamento, que embora ainda tenro, me faz sentir paz, acolhimento e alegria. Ela, e eles, a cada dia me mostram o quanto é bom viver, e me provam que as tristezas assim como as alegrias são passageiras, e devemos optar por uma ou outra. Pense você, o que te faz bem? A alegria ou a tristeza? Li ainda hoje no evangelho segundo o espiritismo, que as penas são menos duras, se lembrarmos que a vida não acaba aqui. Não é simples, mas a cada nova situação isso se comprova.

Portanto, deixe irem embora as tristezas, e invista em alegrias. É um grande negócio, faz bem para o corpo e para o espírito.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

HGFbPA

Como gremista, faço a seguinte sugestão a direção: transforme o clube num imenso hospital.

Dado ao enorme número de lesões, o olímpico já parece mesmo uma enfermaria.
Além dos jogadores afastados com lesões graves a tempos, de domingo pra cá, Rodolfo com uma lesão na fíbula (osso lateral da perna), que deve submeter-se a cirurgia, hoje, Leandro sofreu distensão e deverá ficar de fora por 10 dias, também são baixas tricolores.

Fosse por número de lesões, não havia chance pra ninguém, o Grêmio lideraria o campeonato com folga.

A preparação física existe para evitar casos como esse, e o fato de a pré-temporada ter sido partida ao meio pelo confronto com o Liverpool-URU, já não cola mais, afinal, passaram-se já quatro meses desde então, e o clube já foi eliminado de la copa e perdeu ridiculamente a final do regional para o co-irmão.

Lesões após lesões, já sugiro até nome para o novo hospital, sediado na azenha, cito a avenida Carlos Barbosa (mas com acesso também pelo Largo Fernando Kröeff ou Largo dos campeões, nº1). O nome é a HGFbPA: Hospital Grêmio Football Porto-alegrense.

Só rindo mesmo!

Aliás, mais engraçado deve estar achando o furacão, que deve vencer o Grêmio sem grandes dificuldades em seus domínios, no domingo.

Pensando por esse lado, não há nada de jocoso nisso tudo.

Ultimamente ser gremista tem sido bastante difícil.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Osama

É quase carnaval, em terras do tio sam. Milhões de americanos vão as ruas comemorar a morte (comemorar?) do internacionalmente procurado e temido Osama Bin Laden. Pelo que afirma o governo americano, Osama está morto, e seu corpo foi jogado ao mar, para que o local onde ele foi assassinado, não vire local de peregrinação.

Li agora a pouco que o governo tio sam não vai liberar fotos do corpo de Osama, alegando temer insuflar revoltas, em vingança ao ocorrido com o líder supremo da Al-Qaeda.

Acordamos na segunda-feira, recebendo esta bombástica notícia, mas só hoje, mais de 48 horas depois, resolvi vir até aqui, escrever um pouco sobre o que isso tudo me parece.

Acredito que ele está morto? Sinceramente, não. Diante das negativas governamentais estadunidenses em mostrar fotos do corpo de Bin Laden, alegando razões de segurança, e até de respeito (pasmem) pelo islã (que para os EUA é composto 100% por terroristas), realmente fica difícil de acreditar. Além do que, históricamente os americanos trazem fatos nebulosos, e contestados até hoje, começando pela morte de JFK (ele sim, se sabe, está morto, mas os fatos que envolvem o caso ainda são misteriosos) e passando pela chegada do homem a lua (essa uma teoria contestatória um tanto pueril).

Podem dizer que sou adepto da teoria da conspiração que eu sinceramente não me importo. Contra fatos não há argumentos, e tudo o que temos são as palavras do presidente Barack Obama, que apesar de ser o homem mais poderoso do mundo, para mim não passa de um desconhecido, herdeiro da tradição americana de guerrear com fins econômicos e eleitorais(reiros).
Quanto a comemoração americana, é compreensivel, afinal, foram milhares os mortos nas torres do WTC. Mas ainda assim me entristece o fato de pessoas se congratulando pela morte de um ser humano. Ora, alguém poderá dizer "que ser humano, que nada, lembra-se do que ele fez?". Lembro sim, e assisti pasmo aqueles tristes acontecimentos, há quase dez anos, pouco depois de eu fazer 18 anos. Me entristeci, como todos mundo a fora, mas aprendi que as guerras sempre tem dois lados. Osama ordenou os ataques de 11/09, matou civis inocentes, mas, em contra-partida, quantos civis inocentes os americanos já mataram mundo a fora? Não se trata de defender o absurdo promovido por Bin Laden, em absoluto, mas também de elencar as ações promovidas por estadunidenses, visando "combater o mau", vestindo-se com os trajes de algozes do terror. Alguém por acaso lembra-se de Hiroshima e Nagazaki? Aquilo também é terror, aquilo também é triste, aquilo também matou milhares de pessoas, e ainda prejudica muitos outros, gerações depois, setenta anos depois.

A guerra sempre tem dois lados, e o que parece absurdo para nossas concepções orientais, pode parecer correta para outras culturas, e vice-versa. Recomendo a quem esteja lendo nesse momento, assistirem a dois filmes: A Conquista da Honra, e Cartas de Iwo Jima, ambos dirigidos pelo mago Clint Eastwood. Eles mostram os dois lados de uma mesma batalha, e foi a partir destas duas obras primas, que aprendi a amainar minhas "paixões" na hora de tomar partido diante de questões tão polêmicas.

Precisamos aprender a ser críticos e analíticos. Precisamos procurar mais opiniões do que o jornalismo da globo. A suposta ação americana se justifica, e se foi verdadeira, não há como não considerar correta, mas não apaga o histórico americano, bastar olhar a história, repleta de acontecimentos.

Pense!

sexta-feira, 8 de abril de 2011

A dor do luto e a indignação pela perversidade humana

Não se pode explicar, apenas sentir. Dói no mais profundo, dói como se fossem os nossos, afinal, são os nossos. São nossas crianças, nossos concidadãos, compatriotas, nossos irmãos, enfim. Aprendi que não se deve julgar, aprendi que não se deve nutrir sentimentos de baixa estirpe por quem quer que seja. Nesse momento peço perdão a Deus, pois não consigo ser diferente.

Não se sabe ainda quais foram as causas que levaram este infeliz a cometer tal atrocidade, a única coisa que se sabe é que esse trauma jamais será esquecido pelos brasileiros. Como professor, como cidadão, como filho e irmão, a dor se confunde neste momento com a indignação, que acaba de algum modo sem foco certo. Ainda ontem escrevi um texto que saiu como um desabafo, falando em suma do abandono do ensino público pelas autoridades, e do tipo de cidadãos que estamos formando para o futuro.

É claro que esse fato foge a qualquer regra, mas é momento propício para se discutir o futuro da educação e da juventude brasileira. Algo precisa ser feito, para que fatos como esse, queira Deus (e só ele pode fazer algo momentaneamente), não se repitam. A escola precisa volta a ser um local de aprendizagem sim, mas também, um lugar onde os pais tenham confiança de que seus filhos estarão em segurança.
É triste, é dolorido, é uma chaga aberta e as palavras não conseguem refletir o sentimento dentro de cada brasileiro.

É hora de chorar, e não há motivo para vergonha. Conter as emoções é que errado. Luto é isso, para ser sentido, exposto e respeitado. Eu já chorei mais de uma vez, pois ver a dor de pais, parentes e amigos, é um sentimento tão atroz, que emociona até o mais austero dos seres.

E que providências sejam tomadas, é só o que se espera.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Quando se pede paz

Acostumamo-nos a acompanhar atônitos, casos desse tipo em escolas americanas. Quando algo semelhante passa-se em terras destes "brasis", a dimensão, como não poderia ser diferente, é elevada a décima potência. Um atirador invadiu uma escola municipal em Realengo, no Rio de Janeiro, e tirou a vida de, até onde se sabe, pelo menos dez crianças. O atirador também está morto, não se sabe ainda se pela mão de um policial, ou por obra sua própria.

A tempos se alardeia, o fato das escolas públicas deste país, estarem a mercê de qualquer que seja. Não bastasse a falta de respeito visível, e muitas vezes encoberta e apoiada pelos pais, dos alunos para com os professores, numa demonstração de que a juventude cada vez mais se envereda por um caminho errado. Não bastassem marginais e traficantes nos portões das escolas (quando não dentro destas), agora essa tragédia se abate sobre 190 milhões de brasileiros.

É de sempre se lamentar a morte destes inocentes, vítimas diretas da mira de um atirador, e indiretas de um estado inerte, e de pais omissos. O estado precisa sim tomar atitudes drásticas, mas a sociedade brasileira, os pais de hoje e do futuro, precisam aprender que ser pai é muito mais do que dar tudo o que o filho quer. É necessária uma análise profunda, sobre que tipo de cidadãos estamos formando.

Consternação, repúdio, pavor! Todos estes termos se entralaçam dentro de cada um de nós, e a pergunta que fica é: até quando?

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Março passou

"São as águas de março fechando o verão..." (maestro Antônio Carlos Brasileiro Jobim)

Acabou-se março, longo março, e com ele o verão. Quem como eu mora mais ao sul da américa do sul, já percebe as diferenças climáticas. A noite a temperatura cai, a tardinha já se sente o ar mais frio, e nota-se (para minha tristeza), o outono estabelecendo-se, e que o inverno (para meu desespero) não tarda a chegar.

Tenho pavor do inverno, não gosto de sentir frio. Como já referi num texto do ano passado, o inverno só é aconchegante para quem vem passear pra esses lados, rezando pra ver neve (coisa que eu mesmo nunca vi e nem quero ver), achando engraçado sentir as extremidades quase tão geladas quanto picolé. Cada louco com sua mania, não é?

Eu é que sempre lembro, de que para cada criatura que acha divertido sentir frio, existem outros tantos que não vêem graça nenhuma. São esses irmãos, invisíveis para tantos, que vivem (vivem?) nas calçadas, sob marquises e viadutos, debaixo de parcos jornais velhos e cobertores, vestindo suas rotas chergas de inverno, lutando diariamente pelo direito de continuar vivo. São esses sub-humanos, sub-cidadãos que me preocupam, e é o frio deles, não o meu que me inquieta.

Juro que não tinha nenhuma intenção de tocar nesse assunto, nem sabia direito o que iria escrever, apenas escrevi. Coisas de quem é vermelho de alma, e quem é vermelho, grita pelos que não tem voz!

Um bueno abril para todos nós!

segunda-feira, 28 de março de 2011

Águas plácidas

O marinheiro, já com alguma experiência, navega nos últimos tempos por águas diferentes das de outrora. Acostumado a fortes ondas e tempestades em mar arredio, agora conduz seu barco em mar calmo. A placidez destas águas lhe traz tranquilidade, lhe confere paz. Estas águas de agora nem de longe lembram as antigas, e isso em dados momentos até o deixa confuso. O marujo não está habituado a calmaria, e aos poucos se acostuma com ela, sem assim deixar de sentir falta de algo, que só o mar bravo lhe proporcionara.

Como explicar esse amor não correspondido entre o marinheiro e o mar revolto? Este mar, repleto de tempestades, ventanias, ondas gigantescas e criaturas que ele jamais conseguira sobrepujar, e tão somente tratava de compreendê-las, benevolente e paciencioso. Quantas e quantas vezes esteve praticamente a deriva a ponto de naufragar, quando de repente o temporal estiava, e o marujo prosseguia, tentando dominá-lo, sem jamais conseguir seu intento. Mar forte, marcante, que lhe deixou na memória imagens lindas, mas que em contra-partida fora em muitos outros momentos destruidor.

Ao pensar nisso tudo, o marujo avalia erros e acertos, lembrando que como diz Nando Reis "erros e acertos são filhos do mesmo pai". Pensa também nas águas que agora explora, nunca dantes navegadas, se enternece de sua calma e calidez, que se transformam em afago quando a brisa lhe toca. Dizem os sábios que águas calmas são profundas, então, o que esconderão elas de surpresas e prazeres? Ademais, de que adianta pensar nas águas antigas, se estas já lhe deram aquilo que podiam: muito prazer, muitas agruras e um sentimento capenga por não correspondido, e muitas vezes desprezado.

Ao analisar isto, sente-se como Joquin de Vítor Ramil, em sua "nau da loucura, no mar das idéias", ou como na voz de Teddy Correia, ao cantar que "no fundo eu amei por nós dois". Sorrindo amarelo, lembra-se das palavras de Raul Seixas, dizendo que "um sonho que se sonha só, é só um sonho que sonha só". Deus, quantas evidências de que aquele mar não era para ele, mas ainda fica no ar algum resquício, algum porém, "ah porém" (Marcelo D2), e este porém paira como nuvem sobre o cabeça do velho marinheiro. Mesmo diante de tantos desencantos, algo parece dizer que ele terá outra oportunidade de navegar aquelas águas novamente, e ao mesmo tempo duas perguntas: valerá a pena? E não estará o marinheiro reculutando - parafraseando João Chagas  Leite - lembranças, fios de esperanças e cacos de um amor-próprio que a muito se esvaiu de si? Para Wilson Paim seriam "Nacos de apegos". Mas o que há com este homem? Que insistência impertinente, mesmo diante das evidências.

O ego se infla ao lembrar-se que, até onde sabe, aquelas águas jamais conheceram marinheiro tão bravo. Ah, o bendito ego, que só serve para expôr o pior de dentro dos seres humanos. Pensando nisso, crê que aí está a resposta para tal insistência, a idéia fixa (e arrogante, mesquinha), de quem por lá navegue não se compare a si. Idéia ridícula, frívola e acima de tudo danosa principalmente para ele. Mesmo que tenha razão, Paulinho da Viola lembra que "não sou eu quem me navega, quem me navega é o mar, é ele que me carrega como se fosse levar"

O mar escolhe o marinheiro a seu gosto, deixa seguir adiante, ou naufraga as embarcações que lhe convier.

O mar bravo já fez sua escolha, e mesmo que mude de idéia, já merece a tempos ser posto de lado, não esquecido, mas minorado em importância. Deixe ele no coração do marujo as boas lembranças, leve consigo as más, e siga com suas imensas e voluptuosas ondas, arrasando ou acalentando quem mais houver.

O mar calmo o acolhe de braços abertos, aceita ser explorado, se mostra solicito e amoroso. Suas características tão ímpares se comparadas as outras águas, são também de certo modo intrigantes e instigam a navegação exploratória. Então, qual o motivo para não fazê-lo?

Bravo marinheiro! A cabeça faz as escolhas, cabe ao coração aceitar ou não. Não lute contra nenhum dos dois, apenas deixe ser o que tiver de ser. A vida é sábia, e constantemente está a nos ensinar lições, algumas duras, árduas, mas que cedo ou tarde se reconhece necessárias.

Então, segue navegando, de coração aberto e mãos firmes segurando o timão, até descobrir em quais águas navegará logo adiante.
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E você, identifica-se com o marinheiro, com o mar bravo, ou com o mar calmo? O texto trata do amor de um marinheiro pelas aventuras e desventuras em águas bravias, e sobre a dificuldade de se habituar em outras águas tão mais calmas (muito embora estas o façam sentir-se muito bem), mas bem poderia tratar-se de relações humanas.

Que Deus abençoe a todos nós, mares e marinheiros.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Os sonhos

Noite passada (digo, dia passado, já que trabalho a noite e durmo de dia, no maior estilo coruja), tive um sonho, daquele tipo inusitado, mas que nem por isso deixa de ser bom.

Dizem que os olhos são os espelhos da alma, e seguindo esse raciocínio, o que serão então os sonhos? Digo que dentre outras coisas, são algumas vezes viagens astrais (das quais pouco lembramos) e manifestações do inconsciente, que trazem a luz pensamentos e quereres represados (muitas vezes por força das circunstâncias), bem como emoções e medos, contidos muitas vezes no nosso mais íntimo.

O sonho foi muito bom (muito embora não esperasse, mas e como prever o que se sonha? Impossível!). Sonhei com algo que dificilmente realizarse-á, mas como seria bom se isso acontecesse.

Enfim, assim é a vida. Quem sabe não era mesmo pra ficar só no sonho, no ideário?

Alguns sonhos se realizam... será o caso desse?
Outros sonhos jamais se concretizam... acontecerá dessa forma?

O tempo... ah, o tempo! Só o que não pode é, nesse tempo, que os atores desses sonhos esqueçam-se de VIVER!

Em tempo: este texto é uma obra de ficção, qualquer semelhança com fatos verídicos é mera coincidência... ou talvez uma mera verdade... ou uma coincidência verídica... ora, quem não já teve um sonho nestes termos a que me referi no texto supra-citado? Faça aí sua avaliação e tire suas conclusões... ah, e se for possível faça acontecer, afinal, um sonho realizado é sempre bem vindo.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Portinho

Outrora Porto dos Casais, quando da colonização açoriana; hoje Porto Alegre, capital dos gaúchos, orgulho de todos nós; para os que a amam intimamente chamada "portinho". Portinho da noite agitada, da cultura, do pôr-do-sol no gasômetro, portinho dos universitários do interior ou de outras plagas, que como eu lá viveram, ou como tantos que lá vivem.

Quem conhece Porto Alegre entende o que eu falo, quem ama Porto Alegre, simplesmente sente, afinal sentimento não é algo que se explique, apenas se vive. Meu porto das longas avenidas, das multidões, dos grenais, dos bares, da redenção, do teatro São Pedro, do mercado público, dos largos e praças, dos amores e desamores. Porto que te quero sempre alegre.

Confesso que esse amor nem sempre esteve em mim. Confesso que levei tempo para dar o braço a torcer, e hoje poder dizer que amo essa cidade, como se nela tivesse nascido. Porto dos grandes amigos, porto das noites insones, tomando chimarrão até o sol nascer, porto das boas conversas, porto das risadas, porto do pranto, porto da dor, porto de consolo, em cada esquina, a cada dia, a cada aprendizado... meu portinho!

Porto da minha mãe UFRGS, da minha eterna CEU onde vivi por cinco anos, e onde fiz amizades e conheci pessoas que jamais sonhei. Porto da Borges de Medeiros, da Loureiro da Silva, da Lima e Silva, da José do Patrocínio, da Padre Cacique, da Carlos Barbosa e outras tantas. Porto do natalício, do cavanhas, do Zaffari na correria antes de fechar as 23h, e poder comprar Coca-cola e pão, Porto do Bar Opinião, Porto da Banda da Saldanha e da Itinerante, Porto das plagas do imortal, meu estádio olímpíco, santuário de glórias do tricolor gaúcho.

Porto Alegre que aprendi a amar como se natural dela fosse. Porto Alegre que agora enche meus olhos d'água, lembrando do que nela vivi, lembrando das pessoas que fizeram parte do meu dia-a-dia, e que hoje vivem na minha lembrança. Amigos-irmãos, que me aguentaram, que me ajudaram, e que me ensinaram muito mais do que aprenderam comigo.

Próxima de completar 239 anos, és ainda menina, trigueira e apaixonante. Agitada, insinuante, desafiadora. Aí está a explicação para despertar tantos amores, afinal, como resistir a uma jovem senhora dotada de tantos encantos?

Por ti hoje choro de saudade, meu portinho.

Portinho pra onde volto um dia, para desfrutar do que proporcionas a teu milhão e meio de moradores.

Parabéns Porto Alegre!

Obrigado Porto Alegre!

quarta-feira, 16 de março de 2011

E de repente é assim

É espantoso como a vida age. E mais espantoso ainda é como os seres humanos relutam em aceitar os seus designeos.

Ela é bem mais sábia do que todos nós, resta deixar de lado a arrogância e aceitar.

Agora cada um segue seu caminho. Dois pra lá, dois pra cá, como diria Elis.

E o futuro? Este a  Deus pertence, e nele eu confio. Toca a mim viver a vida, e a ele me conduzir.

Sejamos felizes,

Vida que segue e se renova,

Obrigado por tudo, tudo mesmo, de coração...

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Se eu soubesse que era tão simples...

Quem nunca passou por isso antes? Existe um grande problema, e a solução verdadeira, é extrema, todas as outras são medidas paleativas que só retardam um tanto os acontecimentos. E o cristão não faz, por achar que não tem capacidade. E o cidadão bate cabeça, sofre, mas não faz o que já vê ser a única possibilidade. Tudo isso pelo motivo de que, entender e aceitar são coisas diferentes, que podem ter entre si anos e anos.

Até que um dia... 'poooow", a medida se torna imperativa. Algumas pessoas precisam chegar ao extremo da dor, da submissão, esvaziar-se totalmente de todas as vãs esperanças, entender que não, não haverá solução que se enquadre no que quer. Não vai ser por que não é para ser, e pronto. De novo aí existe uma grande espaço entre entender e aceitar. De novo aí, pode se levar muito tempo.

Tomada a decisão, passado algum tempo de uma recuperação, começa a não parecer tão duro, nem tão doloroso, e começa-se perguntar o motivo de não ter feito antes. Para que tanta insistência? Para que tantas tentativas? Qual o motivo de viver a roda viva, com muito mais prejuízos do que lucros?

Se eu soubesse que era tão simples...

Mas se não sabia, precisava aprender, e aprendi.

A vida é sábia, ensina, e tudo o que vivemos tem um propósito.

Dores, sofrimentos e decepções fazem parte da vida, delas não podemos escapar. Um certo alguém me disse que ou se aprende pela dor, ou pelo amor. Infelizmente ainda somos pequeninos demais e em função disso, precisamos apanhar.

Tudo tem seu tempo. Não apresse o seu, nem muito menos o tempo alheio. Procure dar liberdade, procure analisar de maneira imparcial o que se passa, saia do meio. Chore, reclame, mas saiba mais tarde dizer: "é, agora eu entendi o motivo".

Se eu soubesse que era tão simples, talvez não vivesse mais nesse mundo, e sim num mais avançado. Mas eu sou como todos da média humana, e ainda terei muitas a passar nessa e em outras vidas.

Só posso incorporar o aprendizado, para tomar decisões mais sábias num futuro próximo ou não.

Viver é assim mesmo. Diz o Osho que a semente está protegida, mas não tem vida, e que para viver é preciso desabrochar, tornar-se planta, enfrentar as intempéries, encarar a vida real... e ninguém disse que isso é fácil.

domingo, 16 de janeiro de 2011

É estranho o que sinto agora. Há tempos eu não passava um final de semana, simplesmente pensando em mim, sem neuroses e medos, sem as dores da perda e da desilusão. É certo que o ser humano se acostuma a tudo, mas ainda assim é difícil acreditar que a tranquilidade é estranha, depois de meses de turba, mas a realidade é que não me parece normal, não ao menos diante de todo o restante que passou.

Na minha opinião as reviravoltas vão seguir. Aliás, já devem estar acontecendo. A diferença nisso tudo é a postura. Certas coisas não são passíveis de aceitação. O cansaço é grande com tanta confusão. É como ser um brinquedo, que se tira da caixa para brincar, e quando enjoa, volta a ser encaixotado. Tudo tem um limite, e creio que esse processo já estava em vias de exaustão há um bom tempo.

E agora?

Primeiro, é preciso olhar pra si. O que tem até agora de seu? Nada. Os 30 anos estão logo ali, e até agora nada que possa ser dito seu. Qual o problema em querer fazer um pouco como os outros? Ter carro, morar sozinho, viver a vida? Só o que fez até agora foi perseguir estudos, formação. Já possui um diploma, mas este não lhe trouxe nada material, embora lhe tenha dado grande arcabouço cultural.

Mas há problema em querer viver sem se preocupar com estudar? Parece desnatural, não parece seu... será? Ou será que apenas não havia olhado para esta sua parte? Talvez aí esteja a explicação. Como querer estar bem com outra pessoa, sem estar consigo mesmo?

Não é recomeço nem readequação é redescobrimento.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Inacreditávelmente se foi

Já não era sem tempo, dirão alguns mais ansiosos por atitudes. Não te precipites, no entanto dirão outros, querendo não ver arrependimento. Todos em absoluto tem o mesmo intuito: a felicidade dele.

Ponto certo é que, a história toda já está resolvida desde sempre, em sua essência. Só agora consegue vislumbrar isso com a clareza necessária. Nada de arrependimentos, tudo é aprendizado, e tudo tem seu tempo certo.

Sofre? Sim, sofre. Mas quem passa por essa vida sem sofrer? Acaso ele se julgaria acima do bem e do mal, capaz de ficar a margem da vida, que não é feita só de flores... nela hão espinhos, cercando as mais belas flores, e portanto machucando ao tentar apanhá-las. Assim é a vida... a felicidade não é para esse tempo presente, nossa pequenice não nos permitiria alcançar a felicidade duradoura, apenas a passageira.

É... as coisas vão e vem. Cala fundo, machuca, mas o rescaldo que permanece traz alguma paz, traz alguma esperança.

E é isso que importa... pensar no futuro, mudar o rumo das coisas. Todos temos a capacidade de mudar os nossos destinos, basta querermos, basta aceitarmos. Triste daquele que simplesmente aceita, aceita e aceita, não tenta fazer diferente, e depois põe toda a culpa por sua inércia no Pai. Deus nos dá o livre-arbítrio para fazermos escolhas, não para fazermos escolha alguma.

Escolhendo mudar, esquecer, ir em frente, aceita a dor que isso trará, mas sabe que tanto pior do que isso é deixar como está. Traz de volta o respeito para si, o amor-próprio que demais é prejudicial, mas que na medida certa é libertador.

Libertador como as asas do Condor, voando atrás de um sonho com o céu por detrás, trazendo na asa um sonho. Que a miserável condição da raça humana procurando o céu, levante a cabeça e ao levantar por encanto escorregue seu véu.

Consciente de sua condição, a vida segue, aproveitemo-la.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Salve Osho

Em dados momentos, somos compelidos a tomar certas atitudes, como a de ler determinados livros. Nos últimos dias, tenho sentido imensa vontade de ler sobre a doutrina espírita, e de ler Osho. Quem é Osho? É um sábio, um virtuoso que estuda o comportamento humano, principalmente no que diz respeito a relacionamentos (ou relacionar, como ele prefere).

Osho me diz que eu não amo, pois os sentimentos que este suposto sentimento gera, não são adequados com o que eu suponho ser amar.

Não posso refutar o que diz Osho, os argumentos dele são incontestáveis. Começo a entender o que se passa comigo e aquilo que sinto.

Acontece que o coração sente, não entende. Compreender vem na linha da razão, e quem sente não raciocina. Meu velho coração só sente e bate, é sua função.

Ainda preciso internalizar isso para poder acalmá-lo, mas é bom ver a luz de uma possível solução.

Estou transformando meu blog quase num diário, e isso não me soa muito bem. Mas são experiências de vida, e todas elas são importantes para o nosso desenvolvimento. Dividi-las pode ajudar algumas pessoas, outras tantas que vivem momentos semelhantes aos que eu vivo por hora. 

Não posso entrar em detalhes, pois isso me exporia demasiadamente, e exporia outras pessoas igualmente. Mas creio que não fica complicado de entender o que se passa.

Só espero que as coisas melhorem e se encaixem.

E esse texto tá uma droga, aliás como tudo que tenho escrito nos últimos dias. Mas eu não me importo, preciso escrever para desabafar.

Perdão a quem quer tenha lido, mas não consigo evitar.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Bloqueio

Ainda esses dias me questionava sobre o motivo de eu não conseguir mais escrever sobre espiritismo. Depois dos acontecimentos recentes, parece que eu voltei a uma certa consciência, de que eu havia abdicado do restante da minha vida. Parei de ler sobre a doutrina, e como estou longe de ser um virtuoso no assunto, obviamente não iria conseguir escrever sobre aquilo que parei de aprender.

Ainda preciso acabar de ler a codificação.

Preciso continuar a ler os romances espíritas.

Preciso terminar de ler o Osho.

Preciso recobrar a consciência de que só existe uma pessoa sem a qual eu não posso viver: eu mesmo.

Nada mais nos ombros dos outros, nada mais de querer desmedidamente, não mais desistir de mim em nome de algo que não necessariamente é aquilo que eu acho que é, ou que eu quero que seja, ou que eu supostamente preciso que seja.

Tudo uma imensa teoria, mas que espero em breve ter forças para levar para a prática.

E repito: que Deus me ajude... sei que ele não vai me faltar.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

É simples acostumar com uma rotina, é fácil querer e acreditar que é possível.

Ver essa rotina desfeita, ou melhor, ter que desfazer essa rotina não é algo fácil. Aliás não sei o que pior, desfazer ou continuar. Continuar significa estar num espaço que conheço, que não é nada confortável, mas com o qual eu já aprendi a lidar; desfazer é diferente, desfazer significa algo novo, e que me parece até então dolorido, vazio, duro, solitário...

Optei por desfazer, mas nem sei por onde começar. Não quero mais querer, pelo fato de que esse querer não é completo. É um querer que mais machuca do que acolhe, é uma certeza de que ali adiante tudo volta ao ponto inicial, tudo desmancha, tudo parece não ter valor. O que existe parece muito pouco para qualquer coisa.

Ao mesmo tempo, lembro de que ninguém é obrigado a querer e estar com ninguém. Como já disse, a responsabilidade pela minha felicidade é igualmente minha. O diacho é que querer estar se quer, o que não se quer é continuar estando.

Eu preciso estar com alguém o tempo todo. Não me refiro a passar 24 horas junto, mas preciso de alguém dê continuidade num relacionamento, e que não tenha que pensar em como resolver outras coisas.

Preciso pensar um pouco mais em mim, por mais que isso pareça aceitar o sofrimento, mas creio que seja o resgate do amor-próprio, da auto-estima, coisa que já há algum tempo sepultei em algum lugar que não lembro onde era.

Tenho esperança de reencontrar e ressucitar essas coisas tão importantes, e que ao faltarem me fizeram um indivíduo muito aquém do que eu sempre fui. O eu que eu conheci está escondido em algum lugar aqui dentro de mim, preciso reencontrá-lo, trazê-lo a luz, alimentar-lhe, fortalhecer-lhe.

Quem sabe assim eu possa ser feliz, estando bem comigo mesmo, afinal, como estar bem com alguém sem estar bem comigo mesmo?

É quase um renascer.

Tão dolorido tanto, mas dessa vez sou eu mesmo quem sente as "dores do parto."

Que os espíritos de luz me iluminem e guiem... vou precisar deles mais do que nunca.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Sobre dores e mágoas

Não gosto de falar das dores, cada um tem as suas e cada um sabe como doem.

Não gosto de falar das mágoas, pois falar não ameniza o magoar.

Só posso dizer que gostaria de não sentir dor nem mágoa; que não quero mais viver nessa roda viva; que não quero mais nada pela metade; que não quero mais esperar, esperar, esperar... e sempre saber que tudo vai mudar de repente.

Já há tempos aprendi a não responsabilizar os outros pelo que acontece comigo. Ninguém é responsável pela minha felicidade, a não ser eu próprio. Tudo que vivo, tudo aquilo que passo, os machucados, as dores, tudo, tudo é responsabilidade minha, são minhas escolhas, minha responsabilidade, ninguém faz nada que não queira.

Eu quis.

E como eu tenho a consciência de que sou capaz de mudar o meu destino, e por só fazer aquilo que quero, passo então a querer não querer mais minha vida como tem sido de uns tempos para cá. Eu quero não querer mais viver nessa corda bamba, nessa roda viva, em que cada dia, cada hora, cada minuto, podem significar o soterramento de planos e esperança.

Eu não quero mais.

Eu sou o responsável por isso, e nesses termos EU NÃO QUERO MAIS!

Que Deus me ajude a superar e seguir em frente, e que 2011 signifique paz, alento, harmonia e amor para o meu coração, e pelos de todos aqueles a quem amo.