terça-feira, 28 de dezembro de 2010

And here we go again

Dessa vez (mais uma vez) eu apostei que não, mas tudo indica que a história vai se repetir.

Temo não ter saúde psicológica para encarar isso tudo outra vez.

Me lembro de terem dito que quando é enrolado e doloroso, é por que não está certo.

Tu precisavas aprender algo com isso.

Eu precisava aprender algo com isso.

Hoje sabemos o que era... mas e agora?

Tu aprendeu que tem de viver uma história de cada vez.

Eu aprendi que não devo me meter na história alheia.

O que nenhum dos dois sabe é se posicionar de maneira adulta.

Tu não é mulher, nem eu sou homem... somos dois meninos.

E agora?

Como tu mesma diz, chega um momento que cansa.

Tu pensas em chutar o balde, e eu também.

Talvez só não façamos por total falta de coragem.

Aprendemos o que aprendemos, as custas de muito sofrimento, e pelo jeito teremos de adquirir coragem as custas de ainda mais sofrimento.

Mas o que eu faço com a vontade de te ver que não me abandona? E o que tu fazes?

O que eu faço com o desejo que me persegue? E o que tu fazes?

Mais de um ano sem descanso nesse rolo todo.

Rolo de enlouquecer qualquer ser humano.

Acho que estamos enlouquecendo, ou já estamos loucos.

E agora?

Lá vamos nós outra vez!? Não quero adentrar um novo ano, uma nova década nessa roda viva... só queria ser adulto... só isso.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Ronaldinho gaúcho de volta ao Grêmio!?

O presidente tricolor, Paulo Odone, garante que já existe o acerto entre o atleta e o Grêmio.

O portal ClicRBS reitera.

O G1 assina embaixo.

O R7 que não obedece ao PIG e por isso me é simpático, ratifica a notícia.

A imprensa internacional destaca provável saída de Ronaldinho do Milan, mas trás uma dicotomia entre Grêmio e Palmeiras.

Me lembro da saída do Ronaldinho em 2001. Me lembro do tumulto, da consternação e da indignação que causou na torcida tricolor. Ele deu as costas ao clube que lhe deu a luz para o futebol. Ele pisou no manto sagrado tricolor, no trapo sagrado que todo gremista defende com unhas e dentes. Ele se foi ao mundo, deixando para o clube que o pariu, uma meia-dúzia de trocados.

O gremista é desconfiado por natureza. O gremista jamais esquece quem faz isso com seu clube. Entendo o esforço da diretoria, acho louvável toda essa movimentação, afinal, trata-se de um grande atleta. Mas se confirmado seu retorno, o dentuço terá muitas coisas a explicar, muitas desculpas a dar, muitos olhares tortos e vaias a suportar, e é bom que saiba disso desde já.

Sou do pensamento que ele deveria jogar no Grêmio por pelo menos dois anos de graça, para pagar a falta, o desrespeito de nove anos atrás. Sou do pensamento que além disso, deve vir a público e pedir desculpas aos mais de sete milhões de gremistas, que viram um ídolo partir de suas plagas, sem olhar para trás, deixando um manto como se fosse uma roupa velha qualquer.

Não sei como me sinto sobre a volta dele, sinceramente. Não me empolgo nem me de desanimo, e vejo que isso é trivial entre os tricolores. Ninguém esqueceu, e dificilmente vá esquecer. Talvez o perdão venha com a taça de "la copa" e do bi-mundial (quem sabe sobre o Mazembe para vingar o co-irmão?).

Fato é que até essa poeira baixar, esse cara vai escutar muita coisa pelas plagas... e nem pode reclamar.

Do Assis eu nem falo, com certeza ele é o maior responsável por tudo isso. O Ronaldo era um piá quando foi para a europa. Do Assis é melhor eu nem falar.

Mas ainda há o Palmeiras e o Flamengo na briga, o primeiro com mais força, segundo a imprensa internacional. Vamos esperar os próximos dias e os próximos fatos.

Mas... que se prepare para uma torcida furiosa... uma fúria contida por quase uma década... e que não reclame e nem ache ruim.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Eu e o espiritismo

Fui batizado católico, numa igrejinha da minha cidade natal, Santiago, na região noroeste gaúcha, mas jamais passei desse rito no catolicismo. Em 27 anos de vida, não sei se somo uma missa por ano, e atualmente só piso em igrejas em velórios ou casamentos, já que com esse currículo dificilmente vou ser convidado para batizar alguém em uma igreja.

João Paulo II era para mim a própria imagem da bondade. Gosto muito dele e isso não é hipocrisia, pelo simples fato de que odeio essa palavra e mais ainda seu significado. Jamais me esquecerei daquela figura carismática, arqueada pelos anos, cabelos brancos com flocos de neve. Era um espírito bom, e para mim ele é a melhor lembrança, aliás a única boa lembrança que levo desta religião. Tudo bem que além desse, só conheci mais um papa, o Ratzinger, pelo qual não nutro nenhum tipo de simpatia, aliás, antes disso aversão, e sei que não estou sozinho

Nunca, eu disse, nunca, me encontrei em um templo católico. Achei sempre, e ainda acho excessivamente ostensiva em sua forma, abusando de quadros e estátuas de santos e santas, e adorando uma cruz de madeira, posto que o Jesus, coitado, é menos visto nelas do que o símbolo de seu martírio (há quem diga que era uma estaca, mas isso não vem ao caso agora). Isso eu nunca entendi, mas me pergunto desde cedo, e ninguém consegue fazer mais do que gaguejar ao tentar me explicar.

Outra coisa que sempre me incomodou, e que hoje em dia me incomoda ainda mais, diante de tudo o que aprendi ao longo de minha vida, foram os dogmas hipócritas, pregados pelos homens (não por Deus), que têm a intenção de reger a vida de seus fiéis. São contra tudo. A bíblia só serve para ficar em casa fechada, juntando poeira, pois em missas não se utiliza (fui poucas vezes mas eu lembro). O livro sagrado é repleto de lições, é repleto de sabedoria. Alguns homens fazem uso deste livro para tentar conduzir seres humanos como se fossem gado, a sua vontade, do seu jeito. A igreja católica não se atualiza, seus modos são os mesmos desde a idade média (pelo menos). Seus representantes pregam uma coisa e fazem outra, desmontando e desmoralizando-a. Preferem ver seres humanos se contaminando com HIV do que aceitar o uso de preservativo, e justificam dizendo que Deus diz que o sexo só deve acontecer depois do casamento. Acontece que Deus deu livre arbítrio aos seus filhos. Cada um de nós sobre a terra é livre para fazer o que quiser, até mesmo o mal, até mesmo transar com quantas pessoas quiser, do sexo oposto ou não, com uma de cada vez ou com várias por vez. Mas o livre arbítrio, nos trás também algo importante: responsabilidade. Cada atitude nossa é nossa responsabilidade, e por cada uma delas iremos responder, nessa, ou em outras vidas. Deus quer seus filhos felizes, fazendo o bem. Deus não é um deus de raiva, e sim de amor, mas o vaticano leva esse Deus a seus fiéis.

Nada contra os católicos, nada mesmo. Tenho parentes católicos, e respeito a liberdade de culto. Tudo o que tenho dito só vem a explicar a minha relação com o espiritismo, o motivo de ser espírita.

Espiritismo não é religião

O espiritismo é uma filosofia, não uma religião. Tanto que nenhuma pessoa é batizada, e ninguém precisa deixar de ser católico, evangélico, umbandista ou seja lá o que for para frequentar uma casa espírita. Ninguém é convertido. Todos são bem vindos. São casas de paz, onde se recebe instruções dos espíritos através dos médiuns, onde se recebe tratamento e consolo. O espiritismo fala sobre o livre arbítrio, e nos mostra que somos responsáveis pelo que fazemos e que cedo ou tarde responderemos pelas atitudes erradas. O espiritismo nos prova que Deus é bom, e que sua bondade e amor são infinitos, e que a prova disso são as muitas vidas que nos permite viver para expiar nossas culpas, provar nossas mudanças e avançar rumo a fase angelical*, rumo ao conhecimento pleno, ao amor verdadeiro. O espiritismo diz que fora da caridade não há salvação, não que fora do espiritismo não há salvação. Não se arvora dono da verdade, nem diz que qualquer um que se diga espirita é perfeito. Não se acha melhor do que os outros. O espiritismo dá a certeza de que encontraremos um dia as pessoas que amamos e que partiram antes de nós. O espiritismo não vende lugar no céu, nem dá consagração na manhã de domingo a quantos que saem da farra, direto para o templo, e que mais tarde são os primeiros a falar impropérios. Ele vai uma vez por semana a igreja, portanto, se limpa dos pecados e pode apontar qualquer que seja com seu dedo sujo, dizendo quem presta ou não.

Eu gosto de pensar, e não de ser conduzido. Gosto de entender o motivo das coisas, e não acho que alguém de cima de um púlpito seja o dono da verdade e o portador da virtude. Como pode alguém que não se casa aconselhar a vida familiar? Muitas pessoas preferem seguir este caminho por ser mais simples, exige menos, e não vou criticar, cada um sabe de si, cada um tem seu tempo e seu estágio... e isso foi o espiritismo que me ensinou e não me deixa esquecer por nenhum segundo.

Por isso escolhi o espiritismo, e a cada dia tantos mais fazem o mesmo. Fazer o bem sem olhar a quem, amar o próximo como a si mesmo são coisas difíceis, e em alguns lugares são dispensáveis, principalmente diante de doações vultuosas para os cofres "sagrados". Engraçado e que na hora da reforma ou construção, não vem um centavo do "comando", tudo sai do bolso dos fiéis.

Cada um escolhe seu caminho. Mais curto, ou mais longo, todos chegarão ao mesmo lugar.

*Todos os humanos passaram por fases evolutivas até chegarem a condição humana. Começando pela fase vegetal, passando pela animal, estando na hominal, e galgando os degraus que o levam até a angelical. Todos seremos espíritos de luz um dia. É isso que o homem procura na terra, não tem nada a ver com riqueza material, e sim espiritual.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Desilusão vermelha

Não é corneta, é um desabafo.

Foram dias de irritação para nós gremistas. Não bastasse o fato dos vermelhos do aterro disputarem mais uma vez o mundial, a imprensa vermelha (leia-se grupo RBS), nos crivou diariamente com reportagens e mais reportagens sobre o mundial de Abu-dhabi (sei lá se é assim que escreve), sobre o quanto o Inter era uma timaço, e sobre o quanto o bi-campeonato viria fácil, fácil.

Hoje, o cúmulo! Maurício Saraiva, comentarista do grupo, evidenciou do alto de seu monumental conhecimento futebolístico, o quanto o jogo contra o Mazembe (da República Democrática do Congo) estava jogado, que o Inter venceria com um pé nas costas. Segundo Saraiva, Mazembe significa "poderoso", mas esse poder todo estaria restrito ao Congo.

Falta de respeito? Falta de humildade? Falta de conhecimento? Digo que foram os três. O Mazembe pode até não ser poderoso, só que ele se esqueceu de que esse Inter, foi para o mundo árabe, sem sequer um reforço. Viajou com o mesmo time que se arrastou na parte final do brasileiro. Viajou tendo como treinador Celso Juarez Roth. Viajou carregando na bagagem, máscaras, arrogância, prepotência e vários pares de salto alto... e com todos estes apetrechos entrou em campo.

E agora? A imprensa gaúcha aprendeu que excesso de confiança prejudica? Aposto que não! A direção do time do aterro admite que sua equipe é "píffia"? A arrogância não deixa. Lamento pelas pessoas que acreditaram em toda essa alopração, sobretudo as crianças, que agora choram sem entender como o melhor time do mundo perdeu para o tal do Mazembe.

Não lamento nem por um instante pela decepção daqueles que foram para lá, afinal, para dispenderem tanto tempo, enquanto o país inteiro dá duro na finaleira de ano, pobres é que eles não são. A eles digo bem feito, aos demais digo que aprendam a ser mais críticos ao ouvirem pérolas como a que eu citei logo acima.

Está caindo de maduro nos rostos dos colorados que o seu time é fraco... e a prova está aí.

No mais, agradeço ao Mazembe.

Agradeço por ter evitado o desastre de ver o time do aterro levantar outra taça de campeão mundial.

Não é corneta, é desabafo.

Quero ver Internacional x Internazionale na decisão do terceiro lugar, e vou torcer para o co-irmão, só para vê-lo vencer a Inter e não valer absolutamente nada.

Já perdi um mundial, sei o que é sentir isso... já ouvi a corneta vermelha, e também sei o que é sentir isso.

A vida continua, mas jamais me esquecerei desse dia 14 de dezembro de 2010.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Sem inspiração

Algumas pessoas perguntam-se admiradas, de onde é que eu tiro tudo aquilo que escrevo (não sei ao certo se isso é um elogio ou uma crítica). Eu respondo que, como qualquer escritor (de araque, no meu caso), sou inspirado. Inspirado por situações, por momentos, por pessoas, por ambientes, e as vezes sinceramente desconfio, de que sou inspirado até pelo mundo invisível (disse que desconfio, não que é o que acontece).

Nesse momento mesmo, me senti inspirado a escrever este texto sobre inspiração, ou, no meu caso nos últimos tempos, a falta dela. Sou extremamente crítico com aquilo que produzo, e para me arrancar um "é, até que tá mais ou menos", é um custo. Acontece que os últimos que tenho escrito e, digo sem nenhuma falsa modéstia, corajosamente postado aqui neste blog, para meu crivo, tem sido, para dizer pouco, sofríveis. O que não dirão porventura, quem tem a infelicidade de lê-los? Juro que não fiz isso por maldade.

Já tive ótimas sacadas, mas estraguei ao tentar escrever sobre elas. Punido (essa é boa centro do universo) pela vida, nem as sacadas estou tendo. Parece que ando meio vazio de idéias e até mesmo de ideais, estes últimos, esvaziados pelas atitudes inacreditáveis de personalidades as quais tanto admiro, e das quais tanto espero.

Ainda bem que nasci mais crítico comigo do que com o resto da humanidade, caso contrário ninguém me suportaria (ninguém mesmo, nem minha mãe).

Fato é que aguardo inspiração, e na falta dela, escrevo coisas como estas que escrevi hoje... e aí o leitor chame do que lhe convier. Como diz uma amiga minha "é o que a casa oferece", estou fazendo o que posso.

2011 vem aí, e espero que com sua chegada, retornem meus melhores textos.

Vamos em frente.

domingo, 28 de novembro de 2010

Como em qualquer guerra quem mais sofre é a população civil

As imagens são fortes. Tiros, correria, os olhos apavorados dos jornalistas que fazem a cobertura, somados ao desespero dos moradores do complexo do alemão, encurralados entres as balas do estado e as do estado paralelo, dão a dimensão do tamanho do confronto que se desenrola nas ruas de um Rio de Janeiro muito distante da dita "Cidade Maravilhosa".

E a culpa é de quem? Não gosto particularmente deste termo, prefiro usar responsabilidade, e a responsabilidade é do estado sem nenhuma dúvida. Privados das benesses do estado democrático de direito, estes cidadãos encontraram no estado paralelo, soluções para seus problemas diários. Há nesses locais, quem desconheça o estado, e daí a explicação para que traficantes sejam adorados, e transformados em ideais de vida.

São eles os bem-sucedidos, os ricos dessas comunidades. Para os moradores, quem usa farda não presta, só entra nessas regiões para matar seus protetores. Dá pra condenar? É claro que esse comportamento não é regra, e a medida que o estado avança a fim de barrar o estado paralelo, começa a agregar apoio dos populares, muitos deles cansados da ditadura imposta pelos traficantes, que como todo regime ditatorial é cruel e injusto.

Foram pelo menos três décadas de negligência do estado, que permitiram que o tráfico se estabelecesse em comunidades como as do complexo do alemão. A pergunta que fica é: Por qual motivo nada nesse sentido foi feito anteriormente? Qual a explicação para se permitir que a situação chegasse nesse ponto?

Sou da opinião de que foi aberta a caixa de pandora.

Dela vão começar a sair coisas "cabeludíssimas".

Quem sabe não está nessa caixa, a explicação para anos de omissão.

Talvez fosse a preocupação com os "do asfalto", em detrimento para com os "do morro". Enquanto o tráfico estava lá em cima, quem vivia no asfalto estava livre. Os pobres que se danem, essa é a visão da política elitista que vai sendo varrida do Brasil. O "do asfalto" quando quer (na gíria) "uma paradinha", passa de carrão pelo morro, e volta para o asfalto. Acontece que o tráfico desceu o morro, incendiou patrimônio público e privado, e agora não dá mais para simplesmente dar de ombros.

Isso não diminui a importância e a relevância das operações no Rio, mas pode ser uma explicação, afinal, enquanto as quadrilhas se matavam nas favelas e faziam os moradores de reféns, tudo estava bem.

Parabéns ao governo do Rio, ao secretário de segurança pública, polícias estaduais, federal, e forças armadas... já não era sem tempo.

E que as ações tenham continuidade, garantido a paz, ecoada por tantas pessoas em meio as batalhas que estão ocorrendo nas ruas de um Rio de Janeiro nada maravilhoso.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Os "ais" que mais me doem

Sensibilidade é um dom. Uns tem, outros não. Eu tenho!

Não me refiro a sensibilidade no seu sentido "vulgar", não, não é isso. Falo antes disso, na sensibilidade como sentido, como sexto sentido. É um dom que nos faz, como sugere o termo "sentir" de uma maneira mais aguda do que a média da humanidade. Sentir. Isso parece tão pequeno. Sentir? Ora, mas quem não sente?

Sentir, todo mundo sente. Todo mundo sente o que vai no seu próprio umbigo. Me refiro a sentir o que o outro sente, perceber no ambiente as diferenças astrais... sentir o sentimento de outrem que nem sequer se vê, que sequer tem corpo carnal, e o mais fantástico, sentir o que outro humano sente, a quilômetros de distância.

Estes são os "ais" que mais me doem.

A angústia de um ser que se sente acuado, tolhido, encurralado mesmo. Lhe faltam opções, e parece que, quando uma fresta da porta se abre, uma pedra cai e impede a saída. O chão vai embora, a impotência ancora e quem manda é o sentimento de incompetência, de incapacidade. Quem já não sentiu isso? Eu já senti, e as vezes ainda sinto. Mas sei de alguém que lá, a quilômetros, passa por este espaço agora. E sei que dos seus olhos correm lágrimas enquanto chora escondida. E aí, a impotência toma conta de mim. Não tenho o que fazer, não existem palavras que a façam reagir. As poucas sílabas que pronuncia, denotam desânimo, descrença. Vontade de ficar sozinha, e ao mesmo tempo, vontade de ganhar colo.

Como é ruim sentir isso.

Como é ruim sentir alguém sentir isso.

Como eu gostaria de ter poder de te arrancar isso, mas não tenho. Gostaria de poder mudar as coisas, mas não posso. Sou tão pequenino quanto tu, e nem de mim consigo dar conta muitas vezes. Eu sei que tentei, usando do que possuo. Mas isso não é comigo. É teu espaço, meu anjo. Sei que a quietude, o celular calado e o teu travesseiro são teus melhores conselheiros agora. Não há quem possa te arrancar deste lugar em que tu te encontras, a não ser tu mesma.

Gostaria de te dar carinho agora, e secar cada uma destas tuas lágrimas. Arrancar teus sorrisos e tuas risadas estrondosas, mas estou tão distante. Me culpo um tanto por isso, mas sei que não tenho culpa. Se isto está ocorrendo, é por que tinha de ocorrer... mas explica isso pra este coração que bate aqui no meu peito? Este coração que fica pequeninho, sabendo que tu estás triste.

Explicar é possível, entender também... mas deixar de sentir eu não posso, e nem quero, já que este é o único modo de poder estar contigo: dividindo esta angústia, te ajudando a carregar essa tristeza. Sei que é pouco, mas é a única coisa que legitimamente posso te oferecer desta feita.

Perdão minha flor, mas não tenho poder para mais. Bem que gostaria, mas não tenho!

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

O direito a vida

O ser humano as vezes brinca de Deus, e acha que pode dispor sobre quem tem direito a continuar vivendo, ou não. Temos esse complexo que volta e meia aflora. É o que faz com que o homem maltrate os animais, e até mesmo lhes ceife a vida. Que direito é esse que achamos ter?

Não falo só dos demais humanos sobre a terra, falo sobre mim mesmo e os demais. Ainda esses dias avistei um gafanhoto, e, num ato de estupidez extrema, chutei o pobre bicho longe. O espiritismo nos manda pensar e saber da nossa responsabilidade, e por conta disso, logo depois do pontapé que eu dei no próprio bicho verde, me veio a culpa: "por que cargas d'água eu fiz isso?"

É um sentimento torpe de poder. Eu sou maior do que você, então eu acabo com a sua vida, e você não pode fazer nada quanto a isso. Quanto há de arrogância nesse tipo de atitude? Deus nos mostra tantas coisas boas, e nós queremos matar. Sabemos que a morte é uma passagem, e não o fim. Deus sabe a nossa hora, mas nós não sabemos a hora dos outros e nem a nossa. Por isso o suicídio é condenado, por isso o homicídio é um crime.

Felizmente, o irmão gafanhoto começou a se debater. Que alívio! Ele só tonteou. Tentava levantar, mas o corpo dele não ajudava, talvez em função de sua aerodinâmica. Então, peguei uma vassoura e o ajudei a levantar-se. Depois de alguns segundos ele começou a andar e seguiu sua jornada, e não vai tentar se vingar, pois não tem consciência do que foi feito, de quem fez ou por qual motivo.

Ah, mas era só um gafanhoto! Aí é que está o erro. Por que um gafanhoto tem menos direito do que viver do que eu ou você? O que o faz pensar ser mais digno do que um gafanhoto, que só cumpre seu papel, sem reclamar ou pedir algo em troca? Ao menos ele faz o que tem de ser feito, e você, faz?

É por isso que eu entendo os vegetarianos e os admiro. Muita gente, por preconceito, os taxa de "naturebas", "amigos do verde", "comedores de alface", e por aí adiante. Eles são sim tudo isso, mas por trás disso tudo, existe a consciência plena, de que os animais também tem tanto direito a vida quanto nós. É lícito que os animais dêem a vida para nos alimentar, mas não significa que possamos dispor a nosso bel-prazer, da vida destes entes, que são tão caros a Deus, quanto qualquer um.

Um dia todos os seres humanos serão vegetarianos.

Eu não sou, confesso que ainda não consigo, o que não é desculpa para não tentar novamente.

Pense nisso: um dia, todos nós fomos animais, apenas passamos deste estágio pelo qual os irmãos animais passam. Um dia, eles serão humanos como nós... mesmo que ceifemos suas vidas. Deus é sábio e bom, e o que ele estabelece sempre acaba acontecendo, mesmo que seus filhos humanos se metam e atrapalhem a trajetória alheia.

A vida é direito de todos os seres vivos.

Abra seu astral para a comida vegetariana, não torça o nariz. Eles não comem só mato como pensam. Existem pratos saborosíssimos desta culinária, eu mesmo já provei e aprovei.

Respeite a vida, somos todos irmãos.

domingo, 31 de outubro de 2010

Halloween! Dois anos

Festa dos formandos, tendo como tema o dia das bruxas. Uma noite tépida, que terminou quente naquela madrugada de 2008. Aquela bruxinha mudaria muita coisa na minha vida. E como ela estava linda, de vestido preto, uma faixa roxa em torno da cintura, e um chapeuzinho de feiticeira. Me chamou para eu dar opinião sobre a roupa dela, e foi aí que algumas coisas começaram a acontecer. Até então, eu não havia ainda visto aquela mulher, ao menos não daquela maneira. Então eu disse "eu quero essa mulher para mim".

Durante a festa, olhares, sorrisos, risadas, danças e alegria. O clima já rolava e era fácil perceber. Depois de sentir ela se soltar nos meus braços, após um susto que lhe apliquei, eu tive certeza de que algo iria acontecer. E foi diante da porta do quarto dela, que nos beijamos por horas, em uma das coisas mais loucas e intensas pelas quais já passei na vida.

O tempo passou e continuávamos juntos, pelo menos da porta pra dentro. E quem nos via nos corredores da casa do estudante? Ninguém. Quem queria falar comigo batia no quarto dela, quem queria falar com ela, batia no meu. Foram meses de uma convivência constante, que fortaleceram os laços existentes, e criaram mais alguns. Estivemos na praia juntos por dias e nos curtimos bastante. Vi ela ir viver muito longe por três meses, e sofria diariamente com a distância e a circunstância. Com alegria, a vi retornar duas semanas antes da minha formatura. Vivemos como namorados por um tempo, depois terminamos e ficamos meses sem nos ver.

Não vivi nada na minha vida que seja par. É algo tão enlouquecedor o que sinto que não controlo. As coisas quase nunca acontecem do jeito, e na velocidade que eu desejo, mas ainda assim o sentimento segue no meu peito, acelerando meu coração com o simples ato de lembrar do seu sorriso. Há uma semana vivemos um fim-de-semana incrível, repleto de coisas boas, recheado de nós dois e mais nada nem ninguém. Um mundo só nosso, que tantas vezes já criamos, um mundo onde se pode tudo e onde as outras pessoas são meras figurantes.

E hoje, onde estás? Em que pensas? O que fizeste com as coisas que descobriu acerca de si mesma? Espero que faça bom proveito delas. Descobertas fortes e grandes, bem como doloridas, mas que dão idéia do que se passa dentro dessa cabecinha tão confusa (e um tanto teimosa também). Quanto a mim, não tenho mesmo mais remédio, te querer é mais forte do que tudo.

Então, sigo aguardando...

É a vida...

E a voz continua a me dizer entre meus pensamentos: "ela vai ser a mãe dos teus filhos, não adianta fugir disso."

O que tenho que aprender? Por que estou passando por isso? Quando isso vai acabar?

Tenho que aprender a respeitar o tempo e a sabedoria da vida, e tudo isso é um grande teste. Estou passando por isso por algum motivo justo, e só vai acabar quando tiver de acabar, afinal eu não tenho forças para mudar o destino.

Sinto sua falta, gostaria de te abraçar agora, mas não posso. Queria pode fazer sumir algumas coisas, mas igualmente não posso. Queria que tudo fosse mais simples, mas não posso também fazer nada quanto a isso.

E a voz repete "a mãe dos teus filhos"!

E eu repito "que assim seja".

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

A sabedoria da vida e a linearidade dos fatos

Não há como negar, ou melhor, até há, mas é um tanto temerário. A sabedoria da vida é inegável e dá provas disso diariamente. Pare e repare, seja justo com o criador, seja justo com o que ele te oferece, seja justo consigo mesmo e com o próximo. Seja humilde para aceitar que cada coisa tem seu tempo, seja indulgente para com o irmão, ele não é você, ele não é obrigado a ver e agir como você, seja transigente para entender que ele não está no mesmo tempo nem no mesmo seu estado evolutivo.

Deus não põe nos ombros de um seu filho, um fardo que este não possa carregar. Àqueles a quem foram dados os fardos mais pesados, são os mais fortes para carregá-los. Não encare isso como uma coisa ruim, agradeça pelas dificuldades. Superá-las te faz crescer, aprender, evoluir. Eu sei que é difícil agradecer pelas dificuldades, mas, vale lembrar que o que para nós parece tão grande, se mostra ínfimo diante das privações de outrem.

Lembra: existem irmãos em torno do globo, que sequer tem o que comer, que não tem liberdade de culto e de expressão. Que passam por guerras e privações mil. Será que seus fardos são assim tão pesados?

A vida traça seu rumo, e isso é imutável. Ah, mas e o livre-arbítrio? Bem, o livre-arbítrio te dá direito de escolher o que quer para si, mas isso não significa que o rumo traçado não vá acontecer. Somos livres para escolher, mas a evolução, a aprendizagem no decorrer da vida nos induz a tomar a decisão correta, que é justamente aquela que a vida traçou.

Bom, falamos "a vida", como se ela fosse um ser pensante. Bem, a vida (nossa e de tantos outros) é arquitetada por nós mesmos, antes do reencarne. Está aí a justificativa para aceitarmos o que ela nos traz, já que fomos nós mesmos quem assim pedimos. Está aí a explicação do por que ela é tão sábia, afinal, ela sabe de literalmente TUDO.

E os caminhos podem ser os mais tortuosos possíveis, ou os mais retos, por escolha em vida, ou antes do reencarne. Nada na vida é por acaso, nenhum dos problemas, dos percalços que encontramos estão ali a toa. Algo temos de aprender com o que é posto. E se isso não fica para trás é pelo fato de não termos ainda entendido. De nada adianta tentar passar ao largo, pois a situação volta ali adiante de novo, te levando a reflexão. É complicado aceitar que algo que é tão certo, rui logo aí adiante, mas isso significa que não era tão certo, ou não era o momento.

Simples de entender? sim. Simples de aceitar? nem tanto. Isso também é aprendizado, também é evolução. O espírita crente, já leu, e a interiorização do aprendizado, vai se alicerçando com o que a vida mostra. Tudo é lógico, é perfeito. Deus é justo e soberano, e bom, muito bom. Oferece a seus filhos com todo o amor, inúmeras oportunidades de crescer, de aprender. Aceita como paga um "valor" muito inferior as nossas dívidas contraídas em tantas vidas.

Portanto, ao invés de reclamar e achar que alguém tem algo contra você, raciocine sobre isso tudo, e pense: será que minha vida é assim tão difícil? Não se trata de tirar o mérito de suas dores (das minhas dores, das dores de todos), afinal para cada um de nós, nossos problemas parecem ser os maiores, intermináveis. Acontece que não vivemos sós no mundo, só que o ser humano ainda tem dificuldades para entender (de verdade) esse fato.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Fogo e Gasolina

(Roberta Sá e Lenine)
Você é um avião e eu sou um edifício
Eu sou um abrigo e você é um missil
Eu sou a mata e você é a moto-serra
Eu sou um terremoto e você a Terra.
O nosso jogo é perigoso, menina
Nós somos fogo
Nós somos fogo
Nós somos fogo e gasolina.
Você é o fósforo e eu sou o pavio
Você é um torpedo e eu sou um navio
Você é o trem e eu sou o trilho
Eu sou o dedo e você é o meu gatilho.
O nosso jogo é perigoso, menina
Nós somos fogo
Nós somos fogo
Nós somos fogo e gasolina
Nós somos fogo
Nós somos fogo
Nós somos fogo e gás.
Eu sou a veia e você é a agulha
Eu sou o gás e você é a fagulha
Eu sou o fogo e você é a gasolina
Eu sou a pólvora e você a mina.
O nosso jogo perigoso combina
Nós somos fogo
Nós somos fogo
Nós somos fogo e gasolina.

"Gostaria que o tempo parasse enquanto estivéssemos juntos"

É, algumas coisas a vida trás para serem aceitas, e não discutidas. Por mais que tentassem mentir, não conseguiram engambelar ninguém, nem a si mesmos (pelo menos não por muito tempo). As engrenagens se encaixam perfeitamente, no momento exato, que nenhum dos dois sabe qual é, e de repente acontece! Mãos dadas, proximidade, olho no olho, sorrisos, risos, beijos no rosto, sonhos, músicas... e enfim, tudo o que diziam ter acabado, volta com força absurda e os joga um nos braços do outro novamente. Apesar do tempo sem contato (físico), a afinidade jura que o distanciamento foi de no máximo 24 horas, mas foram meses. E algo mudou? Sim, muita coisa mudou, e para melhor.

Hoje, ambos estão mais amadurecidos, menos preocupados e mais dispostos a aproveitarem estes momentos, tão raros nos últimos tempos. São delícias de uma convivência tão intensa, rica e bonita, que o brilho nos olhos de ambos não esconde. Os afagos e os olhares, são semelhantes aos de adolescentes em tenra idade, curtindo o primeiro amor. O sorriso é franco e aberto, a cumplicidade é imensurável. Riem de doer a barriga e lacrimejar, amam-se em fogo pleno, o contato da pele produz efeitos surreais. Fazem planos, já não dá mais para negar nada. É tão forte, que não pode ser guardado.Que nome se dá a isso? Me diga, que nome?

Ele diz "gostaria que o tempo parasse enquanto estivéssemos juntos". Ela apenas sorri e o beija, com semblante feliz. Felizes estão ambos, felizes de deixar as pessoas perplexas, olhando sem entender muito bem, afinal, casais felizes e com atitudes "bobas" não são lá muito comuns hoje em dia. A felicidade é algo raro, num mundo que contempla o vil-metal com tanto ardor, e carrega a hipocrisia do conviver por conviver, sem pensar no que realmente se leva da vida, que é aquilo que se viveu.

O que acontecerá a partir de agora? Não se sabe, e para que saber? Por que perder tempo tentando adivinhar o futuro, sem viver o presente?

Viver mais, querer mais.

Ame!

sábado, 16 de outubro de 2010

Não adianta forçar

Ontem eu tive a prova cabal de que não adianta forçar nada. As coisas só acontecem quando tem de acontecer, não quando se quer. Tudo bem que devamos provocar situações, mas ainda assim, provocar situações não necessariamente redundará naquilo que se almeja. Assim é a vida, dá e tira de acordo com nossas necessidades. Ainda devo ter algo a aprender.

É fato que quando deixamos situações insolutas, feridas abertas por assim dizer, a vida nos trás de volta. Aquele ponto precisa ser resolvido, exorcizado, para a ferida enfim poder cicatrizar. De um pé de tomates não nascem maçãs, não se pode esperar algo de onde não pode sair. É injusto com todos os envolvidos. Baladas até fazeM parte da minha vida, mas não são o meu habitat. Não me sinto bem nelas, na realidade jamais me senti, e não adianta querer mudar no sentido de gostar daquilo que eu nunca fui fã.

Essa concorrência estúpida, como se algumas coisas fossem obrigatórias, essas cobranças estapafúrdias sobre mim mesmo, cobrando atitudes e satisfações que eu não devo a mim mesmo, é injusto comigo também.

São reflexões, aprendizados. Não sei onde isso vai parar nem qual será o resultado, mas com certeza, nunca sou no dia seguinte o que fui no dia anterior.

A vida ensina, esteja aberto a aprender!

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Como eu percebo as coisas

Hoje durante o almoço, minha mãe me disse: "tu gosta de uma polêmica não é?", ao que eu respondi "sim mãe, eu gosto, e o bom seria é que todos gostassem, pois não deixariam se levar pela sordidez dos meios de comunicação". A política é algo complicado. Ela desperta amores e ódios, paixão e desilusão, e é isso que a torna algo tão fascinante.

Tudo o que eu faço, ou melhor dizendo, em tudo o que eu faço, eu ponho sentimento, atitude, paixão. Tenho um partido, tenho ideais, e os defendo sempre. Estamos assistindo a um massacre da mídia tradicional brasileira, que é pérfida e podre como sempre foi, mas cada vez mais mostra sua cara, e com certeza vai continuar sendo objeto de estudos no exterior, sobre a (falta de) ética no jornalismo.

Esta mídia explora os erros de um lado (esquerdo), e esconde os erros do outro (direito). Rotula os cidadãos como imbecis, tratam de assuntos que são secundários, e fazem de conta que não há nada de podre no reino da direita. O que tem eles a perder ou a ganhar? http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2010/10/15/gabrielli-prova-a-miriam-como-o-serra-ia-vender-a-petrobrax/

Como diz o Mino Carta, querem de novo a democracia dos 20 milhões (leia http://www.cartacapital.com.br/destaques_carta_capital/o-tempo-como-invencao-do-homem). É quase impossível escancarar mais o posicionamento da mídia golpista. Eles querem "o candidato" no planalto, para voltar a colocar vendas nos olhos das pessoas. Isso não pode acontecer... ou pode? Como espírita sei que as coisas acontecem quando têm de acontecer, e talvez o povo brasileiro precise passar por isso ainda, talvez para aprender a valorizar. Ah, o puritano povo brasileiro, e hipócrita... infelizmente somos assim, daquele tipo que passa a noite no lupanar e no domingo de manhã, cheio de bafos de bebidas, está diante dos líderes espirituais da cidade, com cara de santo, esperando ter seus pecados perdoados. O pior de tudo é que estes são os que mais evocam a família, o tradicional, criticam, apontam o dedo...

É, talvez o povo precise!

Seja o que Deus quiser, mas eu vou seguir na luta, pelo meu país, e pelos milhões de irmãos que saíram da linha da miséria. Irmãos que para muitos, são ignorantes, pobres, indesejáveis, mostrando o tamanho do amor ao próximo praticado pela maioria. É pela vida destes, que eu tenho minhas convicções, e vou lutar por elas enquanto eu tiver forças.

domingo, 10 de outubro de 2010

A difícil arte de recomeçar

Acalmados os ânimos, tomada a consciência de que é necessário se recomeçar, vem outra parte, que é tão difícil quanto esta: RECOMEÇAR. Chamo de arte, pelo fato de que recomeçar exige talento e força de vontade. Gostaria de ter este talento, e até trocaria o (pouco) que tenho para escrever, pelo talento de recomeçar com facilidade.

As coisas não estão fáceis, e toda a atitude que eu tomo, parece por assim dizer, infrutífera. Estou numa cidade em que, apesar de eu ter me criado, me sinto um estranho sempre, a qualquer lugar que eu vá. Para completar, parei de beber à algum tempo, e quando tentei recomeçar (para ver como é difícil), também não consegui, pois meu organismo não aceita mais o álcool, e este talvez fosse um dos poucos elos, das possibilidades de ampliar minhas relações de um modo geral.

Eu sei que nosso Deus, que é justo, infinitamente bom, e vagaroso em irar-se, jamais põe sobre os ombros de um filho, um fardo que não tenha condições de carregar. Quanto mais pesados os fardos, quanto maior a exigência, mais será dado. Eu carrego o fardo da solidão, de um isolamento do qual não gosto, de um mundo que vislumbro sem horizonte, de um amor que não tenho, de amigos com os quais não privo mais de companhia. Tudo se desfez, e o ponto do desfecho foi a minha formatura. A partir de então eu estou só, e não me vejo em condições de sair dessa solidão.

É triste ter tanto amor a dar, e não encontrar alguém que aceite. As vezes eu acho que eu deveria ser como o restante da média dos homens, frio e egoísta. Quando digo isso, algumas pessoas me falam que eu não devo mudar, pois isso é uma virtude minha. É, nem todas as virtudes são agradáveis não é? Eu gosto de ser como eu sou, de fazer uma mulher se sentir bem em meus braços, mas as vezes penso que preciso mudar, e olhá-lhas como criaturas descartáveis, objetos... É horrível dizer isso, mas eu não encontro mais forças para valorizar que não me valoriza, quem joga na lata de lixo o que eu ofereço.

Eu posso estar procurando no lugar errado, ou sendo tremendamente injusto ao esperar de alguém algo que este alguém não pode me dar, mas eu sou humano, falível, influenciável, falho. Tenho que parar com este meu complexo de menina virgem, e aceitar frivolidades, aceitar relações vazias, sem esperar delas mais nada do que o momento. Não dá para viver sonhando, não dá para ser assim. Chega!

Difícil arte... talento que eu não possuo... sem o talento, preciso desenvolver a técnica. Não é como aprender a jogar basquete, mas eu vou tentar aprender.

domingo, 26 de setembro de 2010

Não somos mais gado

Gostaria de berrar aos quatro cantos, mas como não é possível, vou por aqui mesmo: NÃO QUEIRAM ME FAZER DE OTÁRIO!! Os veículos da grande mídia têm, sobretudo nos últimos dias, se empenhando em fazer isso. Eu não sou idiota, mas a mídia golpista insiste em dizer que eu sou. Muito pior do que isso, insiste que, pelo menos em torno de 70 milhões de brasileiros o são.

Não tenho aqui nenhum compromisso em ser analítico quanto ao quadro eleitoral, pois não tenho cacife para isso. Mas não posso deixar de expressar minha indignação, por quem acha que eu e tantos milhões de pessoas, não possuem discernimento para enxergar a manipulação em andamento, e a tentativa de golpe branco se armando.

Insistentes acusações sem comprovação, pipocam nos jornais de grande circulação, em revista (assim, no singular mesmo), e em grupos de televisão, todos a serviço da anti-democracia, escondendo-se por trás de uma tal liberdade de imprensa, que lhes confere o direito de acusar, incriminar e julgar. Enlameam o nome de pessoas, e quando o veredito é de inocência, jamais vêm a público para admitir seu erro, nem com a mesma veêmencia, nem com veêmencia nenhuma.

Qual o motivo de um governo feito para o povo, e com o povo no centro do poder, provocar tanta fúria por parte dos grandes grupos midiáticos? "Ora, para que dar de comer ao povo? Para que filhos de pobres devem ingressar nas universidades? Para que a classe popular deve se instruir, se informar? Nada disso é necessário. Com isso, como nós, a elite branca e cheirosa, vai manipular o 'gado' Brasil?"

Hoje, as pessoas tem computador, tem acesso a internet em casa, mesmo as que não tem tropeçam nas lan house, e assinam tevê a cabo. O bloco midiático que dominou este país a muitos anos, que apoiou o golpe de 64, que esteve ao lado do désposta governo militar dos anos de ferro, e que se espalhou pelos quatro cantos deste país por conta disso, já não tem o mesmo poder. São tantas as provas, que a incredulidade da população é absolutamente incontestável, haja visto até as últimas pesquisas (mesmo algumas sendo manipuladas grosseiramente), que indicam vitória folgada da representante do atual governo, em primeiro turno, com ou sem ataques despropositados.

No Rio Grande do Sul, se desenha algo semelhante, o desespero é por manter algum controle sobre o estado gaúcho, aliás, creio que só reste a camarilha, o desejo de manter sob sua posse, os últimos resquícios de alguma superioridade. Mas é visível que o quadro político vai se alterar e muito nos próximos anos. Velhos lobos da política vão ter de sair de cena, pois a pressão popular, faz com que os espertalhões não possam mais aparecer, após tantas falcatruas, com cara de bom moço na televisão. A legislação eleitoral brasileira se modifica, e ainda assim, a corte suprema do país, ainda insiste em não fazer o que é clamor público, e se dependura no muro, afim de não ter responsabilidade sobre a queda de algumas figurinhas carimbadas. LAMENTÁVEL!

Mais absurdo, é ver o posicionamento do candidato oposicionista mais forte. Este, não sabe se morde ou assopra, crítica severamente, depois diz que não fez. Quer mudança, mas quer dar continuidade, mesmo depois de tanto malhar os projetos do governo. São debochados, arrogantes, prepotentes. São como água, não tem cor, cheiro ou gosto, e serão defenestrados um a um do alto de sua ganância sanguinária. Assistir seus programas eleitorais é garantia de terror. Promessas estapafúrdias e eleitoreiras, atreladas a acusações baixas e ridículas, fazem do horário eleitoral, algo que deveria ser classificado como inadequado para menores de 18 anos, bem como para pessoas com problemas cardíacos.

Imprensa livre sim, mas com responsabilidade e com imparcialidade. Ninguém julga que seu caixote seja o único a não ter maçãs podres, mas é necessário mostrar todos os ângulos, e ter a humildade de deixar as acusações e julgamentos, para as autoridades competentes. O tiro está saindo pela culatra, e daqui a exatamente uma semana, nós brasileiros estaremos indo as urnas, para dizer NÃO ao projeto neo-liberal, para dizer NÃO ao estado mínimo e a privataria, para dizer NÃO aos que, sem mais contar com a desinformação do povo, querem ganhar o poder na marra.

Reforma educacional já!

Reforma penal já!

Liberdade de expressão sim, mas com responsabilidade e imparcialidade!

Não queiram continuar me chamando de idiota, o nordestino de miserável o nortista de silvícola, o centro-oestista de colonizado, o sudeste de superior e o sulista de retrógrado. Se existe esta diferença, ela foi proporcionada pela sua currióla, que assumiu o Brasil em 1500 e só deixou o poder em 31 de dezembro de 2002, Deus queira, para não mais voltar.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Um 20 de setembro de saudades



O 20 de setembro só tem significado para quem é gaúcho. O dia em que se iniciou a luta, que culminou na independência do Rio Grande do Sul do império brasileiro: "Como a aurora precursora do farol da divindade, foi o vinte de setembro o precursor da liberdade [...] (hino rio-grandense)". Neste dia, feriado por aqui, os rio-grandenses vão as ruas expressar seu amor por esta terra tão lutadora.

Mas qual o motivo da saudade? É que eu me lembro dos tempos idos da minha infância, quando frequentava CTG e a semana farroupilha era o maior barato. Cavalos, churrasco e prendas, alegria, emoção. A cada vez que o hino gaúcho é entoado, meus olhos turvam, assim como se emociona a grande maioria dos gaúchos. Sinto falta daqueles tempos, onde coisas muito pequenas me faziam feliz, tempos diferentes dos atuais... é, a vida de adulto não é muito fácil.

Sinto falta de Porto Alegre, de viver na capital, de viver a capital, sinto falta das experiências que vivi na capital, e que não voltam mais. O passado morre, e a vida continua, mas os tempos não têm sido fáceis. Talvez eu ainda seja muito jovem para ser saudosista, mas o que é que eu posso fazer se é o que eu sinto?

Rezo e espero por dias mais floridos!

domingo, 19 de setembro de 2010

É preciso mudar...

Certas coisas de repente se põem a cair sobre minha cabeça. Desta vez, trata-se de uma enxurrada incontida, que já há muito tempo ameaça levar tudo por diante. Por teimosia, ego, insistência, burrice, cegueira, sei lá, teimei em ignorar, e sempre achar que havia uma saída, sempre esperar por uma mudança, mas a cada dia que passa, os fatos demonstram que nada disso vai acontecer, e que insistir nessa pieguice, pode levar os anos da juventude que ainda possuo.

Minha mediunidade as vezes berra, e isso nem sempre é interessante. Por meio de fatos absolutamente estranhos a mim, eu constato coisas que me dizem todo o respeito. Ontem, logo após conversar com uma determinada pessoa, eu fiquei com meu astral lá no chão, e logo depois aconteceram coisas absolutamente sem relação, que me levaram a me dar conta de que é hora de tomar uma atitude.

É hora, é mais do que hora, são quase 24 meses nessas remadas, que cada vez mais parecem não serem efetivas contra a correnteza que me empurra em direção a quedas d'água muito altas, que podem me dar um tombo muito feio, que pode me deixar sequelas graves. Não dá mais para esperar uma mudança, que a muito tempo eu sei, embora negue, não vai acontecer.

As vezes sinto que deveria me afastar, sumir, mas não me vejo com forças para isso. Existem laços, já constatados por ambos, que remontam a séculos de convivência, e esse laço não se quebra, a não ser que se queira, e não parece ser vontade de ambos. Mas que coisa triste sentir isso, que eu nem sei mesmo o que é. Que coisa deprimente é não conseguir sair dessa situação, como é chato viver isolado, e não conseguir dar uma passo a frente para mudar de vida.

Eu preciso ir em frente, e preciso te tirar das minhas ambições, pois isso só me fez perder tempo (muito embora tenha aprendido muito), o tempo de estar com alguém que realmente queira estar comigo. Já não posso mais aceitar ser alguém que satisfaz num determinado campo, mas que, por motivo que eu desconheço, seja alguém para uma relação durável. Tu é assim mesmo, se vai mudar não tenho como saber, mas eu não acho que isso deva acontecer.

Creio que nunca consiga me apartar da tua vida, pode ser que essa história tenha reviravoltas, mas eu não quero mais querer esperar. Tenho uma vida para viver, e não quero desperdiçá-la. Não guardo mágoas, mas para mim não tem mais jeito, e preciso me habituar a isso. Não é simples mas eu tenho.

Nem sei qual o motivo de ter escrito isso, mas eu precisa "falar" isso de algum jeito, mesmo que ninguém leia o que eu postei. E com fé em Deus, e nos espíritos de luz que porventura me guiem, tudo vai ser melhor para mim no futuro, e vou conquistar aquilo que almejo. Se foi assim, é pelo fato de que a vida vai me trazer algo melhor.

Desabafei...

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Trapo Sagrado

Multi-partidário, ecumênico, multi-étnico, multi-etário (nem sei se esse termo existe). Não depende de cor, credo, religião. Encanta e apaixona pessoas da vila Cruzeiro até o Moinhos de vento, de sul a norte deste país, de um hemisfério a outro, do ocidente ao oriente por este mundo a fora. Amado por uma massa que hoje conta mais de 7 milhões de seguidores. Odiado por muitos mais. Temido e/ou respeitado por todo o globo.

Ostenta uma veste, que é como uma armadura. Nosso manto tricolor, nosso trapo sagrado, sinal de galhardia, de entrega, de superação. Dos feitos, o mais recente foi a proeza de vencer um jogo fora de casa, com o estádio lotado, e apenas sete jogadores, na volta a série A. Fica difícil expliar o que move a mim, e a milhões de gremistas a devotar tanto amor a este clube que hoje completa 107 anos de vida. Só sendo gremista, só sentindo para entender. O olímpico monumental é meu único templo. Lugar de paz e de guerra, de amor e de ódio. Minha casa e a de toda a massa tricolor.

Serão muito e muitos anos de luta e de alegrias. Meu tricolor, meu único amor... ao menos o único correspondido. Por ti e contigo, em todos os momentos.

Parabéns meu Grêmio!

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

A eternidade do espírito II

Ontem mesmo, sentado diante do meu laptop, tentava achar um jeito de começar a escrever. É, por mais escritor meia-boca que eu seja, eu também necessito de inspiração. Abri o blog, pensei, pensei, pensei... coisas que eu quero escrever eu sei bem, mas o ponto é, como começar. Muitos são os textos sobre o assunto, escritos por pessoas de todo o mundo, pessoas com gabarito, com grande conhecimento... aí eu pensei: "agora tu deu o passo maior do que a perna magrão!"

No fim das contas desisti momentaneamente do meu intento, esperando uma oportunidade mais inspirada. Noite passado dormi cedo, e dos meus sonhos que foram espantosamente claros na noite passada (31 de agosto), surgiu um intróito oportuno. Te agradeço vô Auri, seguindo seu caminho evolutivo no plano astral, mas aparecendo pra dar notícias e dar uma forcinha pra este neto aqui.

Dias atrás, sonhei com minha falecida avó, aquela mesma que supostamente autorizou um desconto de seguro na conta telefônica aqui de casa. Foi um sonho marcante. Eu, tão acostumado a sonhar asneiras, pela segunda vez, tive certeza de estar em outra dimensão via espírito, enquanto meu corpo dormia em meu quarto. Era madrugada e eu acordei bastante impressionado. No sonho, minha avó, com um semblante de paz, os mesmos olhos, a mesma expressão. Foi muito impressionante, era a pele dela, senti o calor deste toque, e até o cheiro, que não consegui definir de pronto, e agora menos, apenas sei que se trata de algo invulgar na terra em que vivemos, para não dizer inexistente. Eu só me recordo de chorar sentidamente, e repetir entre soluços: vó, vó, vó. Eu sentia uma paz imensa, eu sabia que ela estava bem, e que seguia viva em outro plano, mas um contato como esse, é para varrer qualquer poeira de dúvida. Estávamos rodeados por uma corrente de amor e de paz intensa. Senti a presença de muitas pessoas, e até o toque de algumas delas, mas não as vi, decerto por não alcança-las no estágio evolutivo. Jamais vou esquecer desta minha viagem astral. Desde então, a falta dela é diferente. Sei que ela já não priva de tanta convivência conosco, e sempre que me lembro dela, lembro daquela cena, e sorrio. Ela partiu para um outro plano, está bem, está feliz, e eu feliz por ela.

Pois bem. O último sonho que tive neste contexto, foi com meu avô paterno, que já desencarnou há pouco mais de um ano. Nesta mesma noite andei vagando por muitos locais diferentes, e num dado momento, me vi diante da porta de uma casa simples, feita com tábuas rústicas. Abri a porta, sem saber quem estava lá dentro, acatando certamente o pedido de alguém que me acompanhava embora eu não visse, já que não tenho costume de entrar na casa alheia sem ser anunciado e convidado. Ao entrar vi um espírito, que imitava minha tia-avó materna, chamada Rosa. Digo imitava, pois tenho quase absoluta certeza que não era ela, pois além dela estar encarnada, também não fazia muito sentido sua presença naquele local, pelo motivo que em seguida exporei. Creio que se tratava de um outro espírito que assumiu aquela forma por algum motivo. Não falei com ela, apenas nos cumprimentamos. Ela irradiava bondade, pude perceber isso. A direita estava meu avô, ao lado do que parecia ser um fogão de lenha. Aí está a explicação para a falta de nexo da presença dela lá, já que pelo que me consta eles sequer se conheceram, e se se conheceram não tiveram grande contato.

Mas enfim, vou voltar ao centro do sonho, que é justamente o meu avô. Um ponto marcante é que eu parecia ter voltado no tempo, aquele lugar me lembrava os anos 80. Vi até um Corcel II estacionado numa rua próxima a este local. Muito bem, voltando ao meu avô (eu começo a viajar e saio do foco, preciso aprender a mantê-lo), quando eu o vi, o cumprimentei, e perguntei com ele estava. Ele, jovialmente, feliz e saudável me respondeu que estava bem, que estava recuperado daquilo que o havia feito desencarnar. Me disse também que se assustou diante da morte, talvez por se dar conta de que a vida continua e de que a morte é só uma passagem. Perguntei a ele se ele estava em alguma clínica de tratamento, e ele disse que sim. Mais adiante falou que tudo isso era graças a mim, graças a minha crença, me chamou de poderoso. Eu disse a ele que não era nada disso, que não tinha a ver comigo, e sim com a bondade divina (não foram bem com estas palavras, já não me recordo exatamente). Ele seguia repetindo, "tu é muito forte, tua fé é muito forte". Em dado momento eu me dei conta de que estava no mundo espiritual e pensei "eu não posso acordar agora". Mas a este pensamento, quase de imediato recobrei a consciência e já pude ouvir os ruídos externos a minha casa. Não é a primeira vez que sonho com ele. A outra vez foi na manhã interior ao seu desencarne. Ele estava no hospital, na UTI, e pelo que entendi veio despedir-se de mim, ou melhor dizendo, eu fui até ele para me despedir.

Bom, posso dizer que sei muito bem discernir os sonhos comuns, destas viagens espirituais. É muito diferente, é muito mais claro e faz todo o sentido. Encontrei com meus avós falecidos, num período muito curto. Encontramo-nos em meus sonhos. Os vi bem, recuperados, felizes. Gostaria mesmo é que todos tivessem essa compreensão, pois encarar as perdas seria bem menos penoso. A vida do espírito é eterna, e cada encarnação uma benção, uma nova oportunidade de crescimento, de melhoramento. Os entes queridos que partem, deixam apenas o corpo, mas seguem nos acompanhando sempre que possível em espírito, nos inspirando, aconselhando, ajudando a nos melhorar-mos. Eu não posso obrigar ninguém a crer, mas posso aconselhar: duvide, mas procure saber mais. Aprenda! Abra-se para isso. O espiritismo é uma realidade, o espírito é eterno, a vida segue, e o melhor que temos de fazer é utilizar cada encarnação da melhor maneira possível.

domingo, 29 de agosto de 2010

A etenidade do espírito

Talvez seja presunção da minha parte, mas eu gosto de desafios. Sinto que este tema é bastante pertinente. Já me perguntaram algumas vez o motivo da dificuldades das pessoas aceitarem algo que, cada vez mais, é considerado inegável. Os fatores são muitos, e na realidade são até previstos nas obras que falam sobre o tema, como é o caso do próprio evangelho segundo o espíritismo.

Minha idéia é, e não sei se conseguirei cumprir o objetivo, mas vou fazer de tudo para isso, é trazer, em dois, talvez três textos, os motivos mais comuns para tal, e esmiuçá-los, segundo a doutrina, e é claro, com meus pitacos, dando minha opinião sobre o assunto, afinal de contas, eu sou muito é do abelhudo, e não conseguiria não opinar.

Enfim, pretendo trabalhar mais de um dia em cada texto, para que os mesmos estejam ao menos aceitáveis. Bem, é mais um desafio. Depois que eu escrevi uma monografia de 51 páginas, tendo a mão apenas 24 referências, gostei desta história de me superar.

Bom, é só aguardar...

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Lado a lado: arrogância, solidão e carência

Quase ninguém é bom o suficiente para criticá-lo, pois ele se julga muito melhor do que a maioria da humanidade. Quem é você para lhe dizer isso? Quem é você para ele lhe dizer este tipo de coisa? Essa arrogância refinada, "arrogância intelectual", é muito comum entre indivíduos que frequentaram bancos universitários, têm boa carga de leitura e de conhecimentos gerais.

Ele é solitário, por opção passiva (não que ser, mas não faz nada para não ser), afinal nem ele mesmo se gosta, tanto que concebe por antecedência que vai ser rejeitado. Tem baixa auto-estima, se julga incapaz de entrar em contato com um desconhecido a fim de manter um relacionamento, principalmente amoroso. Não se acha feio, se acha... não sabe se definir, mas com certeza se acha incapaz de chamar a atenção de uma mulher.

Também pudera não é? Uma criatura inescrutável, fechada em uma carapaça. Nem ele próprio se entende, nem ele próprio se quer, como pode alguém se interessar por este indivíduo? Não dá a mínima chance, não abre o astral para que alguém o note, e isso é o mesmo que se tornar invisível de uma hora para a outra.

E ele ainda se acha, do alto de sua arrogância, capaz de aconselhar. Ah, mas é muito presunção, é muita petulância! Como dizemos aqui no sul "é só um guri cagado", está pensando o que da vida? Claro, com a vida dos outros é fácil, o problema é com a sua própria.

E o resultado dessa arrogância toda? Solidão, carência. Lhe falta amor, lhe falta carinho, lhe falta alguém que diga "eu te amo", lhe falta alguém a seu lado. É uma pessoa triste, carente de quase tudo, mas pela arrogância que o acompanha, não se permite ser vidraça nem por um momento, julgando o restante da humanidade muito pouco para avaliá-lo. Tem poucos amigos, que talvez sejam os que mais se aproximem de saber que ele é. É um sujeito digno de pena. Quem lhe dá o mínimo de atenção e carinho, acaba virando alvo de uma neurose, acaba se tornando a única responsável por deixá-lo feliz, sendo atazanada por uma necessidade quase doentia de atenção.

Mesmo que essa pessoa goste tanto dele como sei que gosta, ela não pode ter essa responsabilidade! Ninguém pode, é desumano, é desrespeitoso, é desleal. Como é difícil ser ele. De que adianta tudo o que leu e lê, se ele não se faz conhecido a quase ninguém? De que adianta entender de um tudo, se ele não se entende? Isso é vil, é frio, é triste demais. Ele precisa mudar, sair desse mundinho do "eu, por mim, para mim, eu mesmo", e entender que relacionar-se é vital para o desenvolvimento de cada indivíduo.

Como consequência, os anos passam, e ele não aproveita o que a vida oferece. Puxa, mas a vida foi dada a ele para que a aproveitasse do melhor modo possível, buscando crescimento. Só que ele vegeta, espera que as coisas lhe caiam no colo. Ora, existe um mundo, existe muita gente para conhecer, conviver! Mas ele não sai de casa, o lugar onde vive, essa cidadezinha ridícula, com gente tacanha, é indigna de conviver com ele. Não há por lá um só ser que ele julgue bom o suficiente para entendê-lo.

Existe alguém a quem ele devota carinho, amor incondicional, e a essa pessoa, ele não nega nada. Nutre um sentimento por ela que é mútuo, bonito, duradouro e inabalável. Mas a relação não se firma, e ele sofre. Talvez seja a paga por ter negligenciado essa parte da sua vida. Sinto por ele, espero que ele melhore, que aprenda que ser feliz, parte de si próprio, não dos outros. Que viver para um ser humano, é mais do que vegetar e portanto, é mais do que ele faz.

Sinta, ame, permita, faça esse favor a si mesmo!

"Pra você guardei o amor que nunca soube dar
o amor que tive e vi sem me deixar sentir
sem conseguir provar, sem entregar e repartir..." (Pra você guardei o amor - Nando Reis)

Deseja conhecer um arrogante assumido? Pois aqui está um!