quarta-feira, 1 de setembro de 2010

A eternidade do espírito II

Ontem mesmo, sentado diante do meu laptop, tentava achar um jeito de começar a escrever. É, por mais escritor meia-boca que eu seja, eu também necessito de inspiração. Abri o blog, pensei, pensei, pensei... coisas que eu quero escrever eu sei bem, mas o ponto é, como começar. Muitos são os textos sobre o assunto, escritos por pessoas de todo o mundo, pessoas com gabarito, com grande conhecimento... aí eu pensei: "agora tu deu o passo maior do que a perna magrão!"

No fim das contas desisti momentaneamente do meu intento, esperando uma oportunidade mais inspirada. Noite passado dormi cedo, e dos meus sonhos que foram espantosamente claros na noite passada (31 de agosto), surgiu um intróito oportuno. Te agradeço vô Auri, seguindo seu caminho evolutivo no plano astral, mas aparecendo pra dar notícias e dar uma forcinha pra este neto aqui.

Dias atrás, sonhei com minha falecida avó, aquela mesma que supostamente autorizou um desconto de seguro na conta telefônica aqui de casa. Foi um sonho marcante. Eu, tão acostumado a sonhar asneiras, pela segunda vez, tive certeza de estar em outra dimensão via espírito, enquanto meu corpo dormia em meu quarto. Era madrugada e eu acordei bastante impressionado. No sonho, minha avó, com um semblante de paz, os mesmos olhos, a mesma expressão. Foi muito impressionante, era a pele dela, senti o calor deste toque, e até o cheiro, que não consegui definir de pronto, e agora menos, apenas sei que se trata de algo invulgar na terra em que vivemos, para não dizer inexistente. Eu só me recordo de chorar sentidamente, e repetir entre soluços: vó, vó, vó. Eu sentia uma paz imensa, eu sabia que ela estava bem, e que seguia viva em outro plano, mas um contato como esse, é para varrer qualquer poeira de dúvida. Estávamos rodeados por uma corrente de amor e de paz intensa. Senti a presença de muitas pessoas, e até o toque de algumas delas, mas não as vi, decerto por não alcança-las no estágio evolutivo. Jamais vou esquecer desta minha viagem astral. Desde então, a falta dela é diferente. Sei que ela já não priva de tanta convivência conosco, e sempre que me lembro dela, lembro daquela cena, e sorrio. Ela partiu para um outro plano, está bem, está feliz, e eu feliz por ela.

Pois bem. O último sonho que tive neste contexto, foi com meu avô paterno, que já desencarnou há pouco mais de um ano. Nesta mesma noite andei vagando por muitos locais diferentes, e num dado momento, me vi diante da porta de uma casa simples, feita com tábuas rústicas. Abri a porta, sem saber quem estava lá dentro, acatando certamente o pedido de alguém que me acompanhava embora eu não visse, já que não tenho costume de entrar na casa alheia sem ser anunciado e convidado. Ao entrar vi um espírito, que imitava minha tia-avó materna, chamada Rosa. Digo imitava, pois tenho quase absoluta certeza que não era ela, pois além dela estar encarnada, também não fazia muito sentido sua presença naquele local, pelo motivo que em seguida exporei. Creio que se tratava de um outro espírito que assumiu aquela forma por algum motivo. Não falei com ela, apenas nos cumprimentamos. Ela irradiava bondade, pude perceber isso. A direita estava meu avô, ao lado do que parecia ser um fogão de lenha. Aí está a explicação para a falta de nexo da presença dela lá, já que pelo que me consta eles sequer se conheceram, e se se conheceram não tiveram grande contato.

Mas enfim, vou voltar ao centro do sonho, que é justamente o meu avô. Um ponto marcante é que eu parecia ter voltado no tempo, aquele lugar me lembrava os anos 80. Vi até um Corcel II estacionado numa rua próxima a este local. Muito bem, voltando ao meu avô (eu começo a viajar e saio do foco, preciso aprender a mantê-lo), quando eu o vi, o cumprimentei, e perguntei com ele estava. Ele, jovialmente, feliz e saudável me respondeu que estava bem, que estava recuperado daquilo que o havia feito desencarnar. Me disse também que se assustou diante da morte, talvez por se dar conta de que a vida continua e de que a morte é só uma passagem. Perguntei a ele se ele estava em alguma clínica de tratamento, e ele disse que sim. Mais adiante falou que tudo isso era graças a mim, graças a minha crença, me chamou de poderoso. Eu disse a ele que não era nada disso, que não tinha a ver comigo, e sim com a bondade divina (não foram bem com estas palavras, já não me recordo exatamente). Ele seguia repetindo, "tu é muito forte, tua fé é muito forte". Em dado momento eu me dei conta de que estava no mundo espiritual e pensei "eu não posso acordar agora". Mas a este pensamento, quase de imediato recobrei a consciência e já pude ouvir os ruídos externos a minha casa. Não é a primeira vez que sonho com ele. A outra vez foi na manhã interior ao seu desencarne. Ele estava no hospital, na UTI, e pelo que entendi veio despedir-se de mim, ou melhor dizendo, eu fui até ele para me despedir.

Bom, posso dizer que sei muito bem discernir os sonhos comuns, destas viagens espirituais. É muito diferente, é muito mais claro e faz todo o sentido. Encontrei com meus avós falecidos, num período muito curto. Encontramo-nos em meus sonhos. Os vi bem, recuperados, felizes. Gostaria mesmo é que todos tivessem essa compreensão, pois encarar as perdas seria bem menos penoso. A vida do espírito é eterna, e cada encarnação uma benção, uma nova oportunidade de crescimento, de melhoramento. Os entes queridos que partem, deixam apenas o corpo, mas seguem nos acompanhando sempre que possível em espírito, nos inspirando, aconselhando, ajudando a nos melhorar-mos. Eu não posso obrigar ninguém a crer, mas posso aconselhar: duvide, mas procure saber mais. Aprenda! Abra-se para isso. O espiritismo é uma realidade, o espírito é eterno, a vida segue, e o melhor que temos de fazer é utilizar cada encarnação da melhor maneira possível.

Um comentário:

  1. "Gostaria mesmo é que todos tivessem essa compreensão, pois encarar as perdas seria bem menos penoso."
    Adorei o texto ton,espero um dia dizer que compreendo tudo isso.

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