quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Lado a lado: arrogância, solidão e carência

Quase ninguém é bom o suficiente para criticá-lo, pois ele se julga muito melhor do que a maioria da humanidade. Quem é você para lhe dizer isso? Quem é você para ele lhe dizer este tipo de coisa? Essa arrogância refinada, "arrogância intelectual", é muito comum entre indivíduos que frequentaram bancos universitários, têm boa carga de leitura e de conhecimentos gerais.

Ele é solitário, por opção passiva (não que ser, mas não faz nada para não ser), afinal nem ele mesmo se gosta, tanto que concebe por antecedência que vai ser rejeitado. Tem baixa auto-estima, se julga incapaz de entrar em contato com um desconhecido a fim de manter um relacionamento, principalmente amoroso. Não se acha feio, se acha... não sabe se definir, mas com certeza se acha incapaz de chamar a atenção de uma mulher.

Também pudera não é? Uma criatura inescrutável, fechada em uma carapaça. Nem ele próprio se entende, nem ele próprio se quer, como pode alguém se interessar por este indivíduo? Não dá a mínima chance, não abre o astral para que alguém o note, e isso é o mesmo que se tornar invisível de uma hora para a outra.

E ele ainda se acha, do alto de sua arrogância, capaz de aconselhar. Ah, mas é muito presunção, é muita petulância! Como dizemos aqui no sul "é só um guri cagado", está pensando o que da vida? Claro, com a vida dos outros é fácil, o problema é com a sua própria.

E o resultado dessa arrogância toda? Solidão, carência. Lhe falta amor, lhe falta carinho, lhe falta alguém que diga "eu te amo", lhe falta alguém a seu lado. É uma pessoa triste, carente de quase tudo, mas pela arrogância que o acompanha, não se permite ser vidraça nem por um momento, julgando o restante da humanidade muito pouco para avaliá-lo. Tem poucos amigos, que talvez sejam os que mais se aproximem de saber que ele é. É um sujeito digno de pena. Quem lhe dá o mínimo de atenção e carinho, acaba virando alvo de uma neurose, acaba se tornando a única responsável por deixá-lo feliz, sendo atazanada por uma necessidade quase doentia de atenção.

Mesmo que essa pessoa goste tanto dele como sei que gosta, ela não pode ter essa responsabilidade! Ninguém pode, é desumano, é desrespeitoso, é desleal. Como é difícil ser ele. De que adianta tudo o que leu e lê, se ele não se faz conhecido a quase ninguém? De que adianta entender de um tudo, se ele não se entende? Isso é vil, é frio, é triste demais. Ele precisa mudar, sair desse mundinho do "eu, por mim, para mim, eu mesmo", e entender que relacionar-se é vital para o desenvolvimento de cada indivíduo.

Como consequência, os anos passam, e ele não aproveita o que a vida oferece. Puxa, mas a vida foi dada a ele para que a aproveitasse do melhor modo possível, buscando crescimento. Só que ele vegeta, espera que as coisas lhe caiam no colo. Ora, existe um mundo, existe muita gente para conhecer, conviver! Mas ele não sai de casa, o lugar onde vive, essa cidadezinha ridícula, com gente tacanha, é indigna de conviver com ele. Não há por lá um só ser que ele julgue bom o suficiente para entendê-lo.

Existe alguém a quem ele devota carinho, amor incondicional, e a essa pessoa, ele não nega nada. Nutre um sentimento por ela que é mútuo, bonito, duradouro e inabalável. Mas a relação não se firma, e ele sofre. Talvez seja a paga por ter negligenciado essa parte da sua vida. Sinto por ele, espero que ele melhore, que aprenda que ser feliz, parte de si próprio, não dos outros. Que viver para um ser humano, é mais do que vegetar e portanto, é mais do que ele faz.

Sinta, ame, permita, faça esse favor a si mesmo!

"Pra você guardei o amor que nunca soube dar
o amor que tive e vi sem me deixar sentir
sem conseguir provar, sem entregar e repartir..." (Pra você guardei o amor - Nando Reis)

Deseja conhecer um arrogante assumido? Pois aqui está um!

Um comentário:

  1. oi mano véio!

    poise.....

    o arrogânte....

    este personagem, em nós tem "n" formas, aquele que julga, o coitadinho/vítima, ixe..., são muitos, mas estes são os mais comuns e fáceis de serem percebidos, se pararmos para observar com todo o carinho e atenção.

    o arrogânte pode ser sutil, como tu descreve ou grosseiro. essa arrogância sutil é a mais safada, porque nos enrola de tal maneira, que não a percebemos, por que acabamos só por olhar para as formas grosseiras. isso é armadilha do nosso arrogânte sutil, que aponta para o outro para não ser descoberto.

    se tu olhar ponto a ponto na tua descrição, vai ver que ele o teu negativo.

    negativo porque é a tua parte que acredita que não tem, não é, não consegue, sempre para menos, está sempre na falta.

    é ele, o arrogânte, que julga que as coisas estão erradas ou deveriam ser diferentes, negando o plano divino.

    é ele, o arrogânte, que, quando não aceita as coisas que acontecem, diz que Deus não sabe nada, quando faz as coisas como faz.

    é ele que chama Deus de filho da puta, por deixar ele, coitadinho, sofrer como sofre.

    como é arrogânte, não vê, por não adimitir/assumir que é sua e só sua a responsabilidade de tudo o que passa.

    ele é parte de nós, por isso temos que olhar para ele com muito carinho, cuidado e pasciência, porque ele não vai sumir e nem morrer, e se isso acontecer, sumiremos ou morreremos junto. não esqueçamos que ele é parte de nós e ele tem um fundo, ele foi criado a partir de algo/alguma idéia de nós.

    tens a cada dia mais o meu respeito, porque a coisa mais difícil para um arrogânte, é se expôr, mostrar suas "fraquezas", pois é assim que ele vê esses espaços em que entramos na tristeza por não termos consciência de quem somos mesmo.

    tu assumir pra ti esse cara, é o primeiro passo para integrá-lo em ti, para que posam viver em paz como UM, a imagem e semelhança de Deus, a UNIDADE.

    enquanto o arrogante não for acolhido, seguiremos sendo um buraco negro, que tudo suga e nada, nem ninguém o supre.

    muita calma, mano véio!

    muito carinho!

    PAZciência!

    deixo aqui pra todos nós a oração da serenidade.

    Grande Beijo a todos!

    Ana Nega de Verdade

    Oração da Serenidade

    Concedei-me, Senhor
    A serenidade necessária para aceitar as coisas que não posso modificar;
    Coragem para modificar aquelas que posso;
    e Sabedoria para conhecer a diferença entre elas.
    Vivendo um dia de cada vez; Desfrutando um momento de cada vez; Aceitando que as dificuldades constituem o caminho à paz;
    Aceitando, como Ele aceitou, este mundo tal como é, e não como Ele queria que fosse; Confiando que
    Ele acertará tudo contanto que eu me entregue à Sua vontade; Para que eu seja razoavelmente feliz nesta vida e supremamente feliz com Ele eternamente na próxima.
    ÂMEM!!!

    ResponderExcluir