quinta-feira, 24 de março de 2011

Portinho

Outrora Porto dos Casais, quando da colonização açoriana; hoje Porto Alegre, capital dos gaúchos, orgulho de todos nós; para os que a amam intimamente chamada "portinho". Portinho da noite agitada, da cultura, do pôr-do-sol no gasômetro, portinho dos universitários do interior ou de outras plagas, que como eu lá viveram, ou como tantos que lá vivem.

Quem conhece Porto Alegre entende o que eu falo, quem ama Porto Alegre, simplesmente sente, afinal sentimento não é algo que se explique, apenas se vive. Meu porto das longas avenidas, das multidões, dos grenais, dos bares, da redenção, do teatro São Pedro, do mercado público, dos largos e praças, dos amores e desamores. Porto que te quero sempre alegre.

Confesso que esse amor nem sempre esteve em mim. Confesso que levei tempo para dar o braço a torcer, e hoje poder dizer que amo essa cidade, como se nela tivesse nascido. Porto dos grandes amigos, porto das noites insones, tomando chimarrão até o sol nascer, porto das boas conversas, porto das risadas, porto do pranto, porto da dor, porto de consolo, em cada esquina, a cada dia, a cada aprendizado... meu portinho!

Porto da minha mãe UFRGS, da minha eterna CEU onde vivi por cinco anos, e onde fiz amizades e conheci pessoas que jamais sonhei. Porto da Borges de Medeiros, da Loureiro da Silva, da Lima e Silva, da José do Patrocínio, da Padre Cacique, da Carlos Barbosa e outras tantas. Porto do natalício, do cavanhas, do Zaffari na correria antes de fechar as 23h, e poder comprar Coca-cola e pão, Porto do Bar Opinião, Porto da Banda da Saldanha e da Itinerante, Porto das plagas do imortal, meu estádio olímpíco, santuário de glórias do tricolor gaúcho.

Porto Alegre que aprendi a amar como se natural dela fosse. Porto Alegre que agora enche meus olhos d'água, lembrando do que nela vivi, lembrando das pessoas que fizeram parte do meu dia-a-dia, e que hoje vivem na minha lembrança. Amigos-irmãos, que me aguentaram, que me ajudaram, e que me ensinaram muito mais do que aprenderam comigo.

Próxima de completar 239 anos, és ainda menina, trigueira e apaixonante. Agitada, insinuante, desafiadora. Aí está a explicação para despertar tantos amores, afinal, como resistir a uma jovem senhora dotada de tantos encantos?

Por ti hoje choro de saudade, meu portinho.

Portinho pra onde volto um dia, para desfrutar do que proporcionas a teu milhão e meio de moradores.

Parabéns Porto Alegre!

Obrigado Porto Alegre!

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