quinta-feira, 21 de junho de 2012

Vida depois da vida

Certas coisas não se pode procurar entender ou explicar, apenas acatar, acolher, rezar e chorar. Há três semanas atrás, mais ou menos, eu pensei em escrever um texto abordando a morte do corpo físico em tenra idade, depois do passamento inesperado de um jovem aqui da cidade, mas por algum motivo não escrevi. Há não mais do que um hora, fico sabendo que uma jovem de idade semelhante, minha colega de trabalho na empresa, acaba de falecer, ainda não se sabe vítima exatamente do quê. Não podemos adivinhar o que a vida reservaria a estes jovens, e assim, que tantas coisas desagradáveis os assolariam. O desencarne de jovens, embora chocante, deve dentro do possível ser encarado com normalidade, posto que não temos consciência do que planejamos para a atual existência. Estes dois jovens, já fazem parte de outro plano, resta pedirmos aos espíritos de luz que os guiem em sua nova morada, que na realidade é nossa pátria verdadeira.

Não vai ser possível olhar para o lugar onde ela trabalhava e não lembrar, será uma lembrança diária e constante. Não éramos próximos, mas isso não muda o choque que sinto.

Paz no teu caminho, sempre!

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Cotas

Dias atrás me envolvi numa discussão acalorada no facebook, diante de uma postagem de uma ex-colega de faculdade, indignada pelo fato de ter sido preterida para o curso de medicina da UFRGS, em função das cotas raciais e para oriundos de escola pública. Evidentemente ela acha absurdo, o fato de algumas pessoas, pelo "simples" fato de não terem melhor acesso a formação adequada, acabarem ingressando em curso de alta concorrência de uma universidade federal.

Tenho cá minhas opiniões sobre o assunto, que são divergentes das opiniões dela, carregadas de um ranso elitista, o mesmo que ainda preenche lamentavelmente as mentes de grande parte da população, sobretudo das que nasceram e vivem ao sul do país. Levar esse tipo de discussão adiante, é o mesmo que tentar fazer com que gremistas e colorados cheguem a um concenso de sobre quem é melhor, mas é sempre interessante ler, nas entrelinhas das opiniões, o quão arraigado está o preconceito social e racial, a sociedade brasileira.

Fica difícil lembrar-se das dificuldades vividas por aqueles que por anos foram deixados de lado, em favor da minoria elitista, sem ter sofrido tais efeitos. É um tanto complicado (ou talvez nem tanto), imaginar que ex-cativos, sem nenhuma instrução e estrutura, foram feitos homens e mulheres livres, no melhor estilo "a bangú" (usando um termo portoalegrense), e o quanto até hoje seus descendentes sofrem os efeitos deste descaso.

Então aos adeptos do palavrório decorado "ao invés de dar o peixe, ensinar a pescar", implementado pela direita na eleição de 2002, e que acabou virando até promessa de 13ª para o bolsa-família em 2010, lembrem-se: Quem disse que eles tem dinheiro para comprar o caniço e as linhas de pescar? E será que eles têm força para puxar o peixe da água?

É por causa desse tipo de argumento sem-vergonha, que a direita vai definhando (graças a Deus), por estes brasis a fora. O espaço se apequena pra gente que só quer governar para meia-dúzia. Espero ansioso pelo dia em que meus conterrâneos aprenderão essa preciosa lição.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

"Escrivinhando..."

Não, eu não morri, nem corri, nem desapareci. Só estava mesmo, e ainda estou, um pouco, mais ou menos, completamente, assim, sem inspiração. É, a falta de inspiração é comum entre os grandes escritores... e também entres os pequenos escritores... e também em indivíduos como eu, que não são grandes, nem tampouco escritores, só ficam aqui tapeando, postando um monte de abobrinhas, só pra não dizer que não escrevem nada.

Minha última postagem foi há uns quase seis meses, e eu até pensei em tirar do ar este singelo blog, onde já escrevi de tudo um pouco. Mas me lembrei que ele foi meio de desabafo em tempos idos, tempos um tanto complicados, e que as linhas que escrevi me ajudaram a melhorar como ser humano, e tal e coisa... e aí reconsiderei, mantive-o no ar, e hoje até resolvi escrever, aliás, já a dias tô como isso na cabeça, e hoje resolvi pôr pra fora (melhor pra fora do que pra dentro, já diz o sábio Shrek).

Assim sendo, azar de quem lê (risos), pois eu pretendo aparecer por aqui, e postar uma coisinha aqui, outra ali, de vez em quando. Como se diz na minha terra "não 'podemo' se 'entregá' pr'os 'home' de jeito nenhum...".

Achei que seria um crime, parar de lutar contra meus simpáticos moinhos, bradar minha indignação contra aqueles que só olham para seus próprios umbigos, e o resto do mundo que se f... que se f..., ah, droga, que se dane. Por mais que eu tenha certeza que pouquíssimas ou nenhuma alma lê este humilde blog, eu continuo aqui escrevendo, vibrando com os avanços e as melhorias da população deste meu país continental, e vibrando também com o desespero daqueles que vêem o poder se esvair entre os dedos tal qual areia, poder político, poder financeiro, poder de influência, e por aí vai. Só quem acredita nos grandes veículos de comunicação, "televisõesões", "rádiões" e "jornalões", é quem realmente quer seguir alienado do mundo, pensando o que eles querem que estes pensem, e a estes, bom, meus sinceros sentimentos, mas o livre-arbítreo é direito sagrado e irrevogável, que é que eu posso fazer?


Acho que meu texto tá confuso, mas não é de propósito, me sentei diante do computador pra escrever o que me viesse, e é isto que estou fazendo. Não prometo que os próximos serão melhores, e mais profundos... vou fazer o possível... volta inspiração, volta inspiração...


Vida que segue!!!!

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

A árdua tarefa de ser gremista

Tem pelo menos uns 10 anos que o Grêmio não vence nada de relevante. De 2001 pra cá, o único título nacional foi o da série B, em 2006. Desde então, a imortalidade tricolor vem sendo evocada até em empates com o Caxias, como na final do primeiro turno do campeonato gaúcho. A imortalidade já virou piada para colorado rir adoidado... e com razão.

Do outro lado, desde 2006, os colorados empilham taças. A atual fase vermelha, é semelhante a vivida pelo tricolor nos anos 90. Tudo que o Internacional toca vira ouro, tal como midas, tudo dá certo sempre. Tudo que o Grêmio toca vira piada, desalento e desespero.

Tanto que eu simplesmente desisti até mesmo de secar o co-irmão. Simplesmente pelo fato de que isso não faz mais o mínimo sentido. A única coisa que o Grêmio disputa é a permanência na série A, e os vermelhos jogam outro campeonato. O desespero é tanto, que assistimos aos jogos, já esperando qual será a próxima besteira. A fase é tão absurda, que empate fora de casa com o atlético-GO vira bom resultado, mas aí vem a besteira, um gol aos 45 do segundo tempo, e voltamos pra casa com uma mão na frente e outra atrás.

Estou fazendo o que todo gremista deveria fazer, cuidando do que importa, o Grêmio. O que acontece entre a avenida Padre Cacique e a Edivaldo Pereira Paiva não é problema nosso. Aliás, a direção gremista deveria aprender isso. Inclusive, a direção precisa deixar de lado o ego, parar de brigar por divergências políticas, e levar o Grêmio ao seu lugar de direito.

O gremista está ferido de morte, cambaleando. O clube chafurda na lama egóica de dirigentes que pretenciosamente querem ser maiores do que um clube com quase 108 anos de história. E a muleta atual é a arena. De que vale uma arena para um time da série B?

Ontem ouvi um colorado dizer no rádio que é maravilhoso ser colorado. Eu digo aqui, que é muito difícil ser gremista, sobretudo nos últimos anos. Eu não desisto, sou orgulhoso do manto, mas realmente algumas pessoas não merecem estar onde estão.

Chega de tanta mediocridade!

sábado, 13 de agosto de 2011

Vila!

Foi lá, num lugarejo esquecido do mundo entre suas ruas de chão batido, grandes e velhos casarões recheados de histórias, e sua população composta em maior parte por pessoas simples, como lavradores e peões, onde o tempo parecia não passar, o pedaço de chão onde vivi minha infância.

Para o menino que eu fui, era um paraíso, um verdadeiro reino encantado. O maior perigo era ser picado por uma abelha, e o que demais terrível podia acontecer, era meter o pé em esterco bovino (popularmente conhecido como bosta de vaca).

Meus pais se mudaram para lá quando eu tinha em torno de dois anos. Lá eu vivi minha infância em plenitude, com liberdade, liberdade esta que hoje é tão rara até mesmo em pequenas cidades. Neste cantinho do mundo de meu Deus, minha mãe sempre sabia onde e com quem estava, mesmo que na época celular não existisse nem em pensamentos. Aliás, telefone, só havia um, via rádio, que era utilizado por quem quisesse (e pagasse, claro), e cuja telefonista era minha própria mãe.

Além do fato de a atividade de comentar os fatos da vida alheia (ou seja, fofoca) fosse largamente praticado por lá, o motivo da minha mãe saber sempre de mim, era o de que todos se conheciam, e cuidavam (as vezes um pouco demais é bem verdade) do que os demais faziam, e isso incluía as crianças, claro.

As pessoas que conheço a mais tempo (ao menos de que me lembro), em grande parte ainda vive lá. São os mesmos que ficam olhando meio admirados, de soslaio e de longe, no que aquele gurizinho com cabelinho cortado no maior estilo índio, se tornou. São pessoas que me viram "largando as fraldas", que me viram andando de bicicleta para baixo e para cima, jogando bola na praça, dançando no CTG. Pessoas que até hoje dizem "mas aquele gurizinho tão pequeninho"! Vá lá que eu não sou lá muito grande, mas dá pra notar a diferença.

São pessoas que me conhecem, que se recordam de mim. Pessoas a quem a fisionomia não me é estranha, mas que não me lembro do nome em sua grande maioria. É uma relação diferente. Eu não tenho o costume de abordar quem quer que seja, e perguntar se esse alguém me conhece, e então eu vou passando.

Este é o lugar da minha infância, rodeado de campos e bois, com meia-dúzia de ruas onde passavam meia-dúzia de carros por dia. Eu amava aquela vila, sonhava em viver lá para sempre. Aliás, o menino que eu fui ainda ama, pois não há um dia sequer em que eu deixe de pensar um pouco sequer naquele pedaço de terra.

Me sinto feliz em dizer que tive a infância, que toda criança mereceria ter, uma infância sem grades, sem portões eletrônicos, sem câmeras de vigilância. Era apenas um menino olhando as imensidões de campo em redor, frequentando a Escola Estadual de 1º Grau Moisés Viana desde o ano de 1989, e brincando, brincando a vida como toda criança mereceria brincar a sua vida.

Falo do 3º Distrito, que dista 43 km (ou algo assim) da sede do município, Santiago. Falo da vila que já foi Flores, que por longos anos teve seu destacamento da Brigada Militar, comando pelo CB Jorge Auri Moraes La Roque, meu pai, hoje aposentado 1º Ten da Reserva, que por muitos anos também foi patrão do CTG, sempre ladeado por dona Rita Teresa Dorneles La Roque, minha mãe, sempre pronta para as lides nas festividades daquela sociedade tradicionalista, e sempre atenta a mim, único filho a época.

Falo da que chamam comumente, apenas vila mesmo. Vila do senhor Sadi Rosa e da dona Zoleida e seus filhos, um deles meu amigo de infância. Vila do Senhor Salvador Cardoso, da dona Mara, e de seus filhos, dos quais o mais velho eu conheci com alguns dias, e do qual meus pais são padrinhos. Vila do "nêgo tabaco", do "mindo do busão", do Valdoci e da Liliane, do Dari e da Gessi e de seus filhos.

Vila!

Lembro do seu Generoso e da dona Mimosa, muito idosos quando eu ainda era menino. Eu ia muito lá, seu gegê tocava violino e me contava história do tempo antigo, dona mimosa me dava lá algo de comer, e tinha a filha deles, também já de idade avançada. Seu generoso era meu amigo, aliás, é, pois sei que ele está vivo, seja onde estiver. Lembro com carinho de quando ele me chamava de sarapico.

Vila!

Lembro de quanto carinho eu recebi lá. Vila do "tura" e da Rita e de tantos outros personagens de minha infância. Vila que não concebo mais como lugar para viver em minha adultez, mas que foi perfeita para minha infância, e que seria perfeita para tantas outras crianças ao redor do mundo. De repente me dou conta do quanto fui mal-agradecido tantas vezes, sem notar o que Deus me deu de bom grado e que tantos outros não tem nem em sonho.

O ser humano é assim, custa a enxergar o que recebe de bom e se esforça em enaltecer o que de ruim aconteceu. Será que não está na hora dessa consciência mudar?

Não sei se alguém vai ler isso que escrevi, pelo menos dentre as pessoas que me conhecem desde então, mas gostaria de deixar aqui meu agradecimento por tudo. Estas pessoas simples fizeram e fazem parte da minha vida, e jamais serão esquecidas, mesmo que eu não me lembre de seus nomes, ou não tenha me ocorrido escrever no texto.
Vila!

Vila Florida, o lugar da minha infância, lugarejo esquecido no mundo...

"pr'onde eu voltar qualquer dia, a qualquer hora" (Luis Carlos Borges), mesmo que apenas a passeio.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

CBF sai derrotada pelo Paraguay e Brasil vence

Não é de hoje que torço contra a CBF, que chamam de seleção brasileira, mas que para mim não passa do CBF F.C., e que ontem deram um espetáculo de mediocridade e incompetência. É estranho torcer contra brasileiros, vestindo uma camiseta verde e amarela, mas ainda assim já é mais do que hora de protestar.

Desde que me entendo por gente, Rei Cardo Teixeira, reina impoluto e solitário sobre o trono da CBF. Investido de um poder incomum, este cidadão decide tudo no futebol brasileiro, desde as aberturas e fechamentos de janela, até que emissora transmite os jogos do campeonato nacional, passando por outros eventos que pipocam quase que diariamente nos noticiários (com exceção de alguns que já conhecemos bem).

Em suma, o futebol brasileiro é uma baderna, que não beneficia a ninguém, ou a quase ninguém. Desde muito tempo, os clubes brasileiros perdem seus atletas a quem pagam salários, e tratam quando das lesões, sob o pretexto de servir a seleção brasileira. E nisso incluam-se amistosos ridículos, disputados na república da caixa-prega contra a seleção local, jogos que, como se sabe rendia bom dinheiro, isso não é segredo. O fato é que os clubes tem contrato com os atletas, mas não tem total controle sobre eles, pois a qualquer momentos eles podem ser convocados para defender a seleção de Rei Cardo.

Sem falar, que além da seleção principal, as de base também ficam o tempo todo tirando atletas dos clubes, tornando-os reféns do Rei. Veja se na europa funciona assim. Lá, existem datas específicas, e quando a seleção joga, os campeonatos locais param para que os clubes não sejam prejudicados. Mas aqui, isso não importa, apenas importa a vontade do Rei, e de sua corte da qual fazem parte os cartolas do futebol brasileiro, que no máximo pedem clemência para que seus atletas sejam liberados por um ou dois jogos. Os dirigentes do futebol brasileiro me enojam. Eles, o Rei, e a poderosa.

E no mais, tome Corinthians e Flamengo nos dois únicos horários do futebol na poderosa, que repassa direitos a outra emissora que reza pela mesma cartilha. O trabalhador não tem direito a assistir o seu time, nem muito menos de assisti-lo num horário mais adequado a necessidade de acordar cedo para trabalhar. O brasileiro precisa esperar o fim da novela, para assistir o Corinthians, ou o Flamengo, ou ambos, para ir dormir meia-noite. Se quiser ir ao estádio, e o jogo for cedo, se acaba no trânsito, se for tarde, chega de madrugada em casa, em suma, uma falta de respeito.

Ainda me pergunto como existe quem torça pela CBF. É mais do que hora para reflexões profundas. Por isso, a CBF perdeu para um Paraguay que jogou 120 minutos se defendendo, errando quatro penaltis, e quem saiu de campo vencedor foi o Brasil. Chega de ver triunfos do rei, e finalmente existe uma geração capaz de sepultar este império.


Ah, o Vítor pegaria os dois pênaltis que o Paraguay converteu, mas, como sempre, na CBF só existe lugar para os figurões. Julio Cesar é símbolo dessa geração, que nunca ganhou nada, afinal, copa américa e das confederações não põe estrela na camisa.


Abaixo Rei Cardo Teixeira, pelo bem do nosso futebol!


Viva a um futebol brasileiro livre do líder déspota!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

No dia em que eu não me emocionar

Sem nenhum medo de parecer piegas, digo com todas as letras o quanto a dor e o sofrimento alheio me comovem, e em alto e bom som afirmo que no dia em que eu não me emocionar com tais fatos, significa que perdi algo pela estrada.

Se o fato de um menino viver desde o nascimento dentro de um hospital não comover, não sei mais o que fará.
Me refiro a matéria exibida hoje no Jornal do Almoço de hoje, na RBS (resistências a parte).

Já tuitei a um membro da direção gremista, pedindo que se faça uma campanha para ajudar o menino, que precisa de apoio de toda sorte.

Procure o vídeo no site do JA no www.clicrbs.com.br, no estado do RS.