Quase ninguém é bom o suficiente para criticá-lo, pois ele se julga muito melhor do que a maioria da humanidade. Quem é você para lhe dizer isso? Quem é você para ele lhe dizer este tipo de coisa? Essa arrogância refinada, "arrogância intelectual", é muito comum entre indivíduos que frequentaram bancos universitários, têm boa carga de leitura e de conhecimentos gerais.
Ele é solitário, por opção passiva (não que ser, mas não faz nada para não ser), afinal nem ele mesmo se gosta, tanto que concebe por antecedência que vai ser rejeitado. Tem baixa auto-estima, se julga incapaz de entrar em contato com um desconhecido a fim de manter um relacionamento, principalmente amoroso. Não se acha feio, se acha... não sabe se definir, mas com certeza se acha incapaz de chamar a atenção de uma mulher.
Também pudera não é? Uma criatura inescrutável, fechada em uma carapaça. Nem ele próprio se entende, nem ele próprio se quer, como pode alguém se interessar por este indivíduo? Não dá a mínima chance, não abre o astral para que alguém o note, e isso é o mesmo que se tornar invisível de uma hora para a outra.
E ele ainda se acha, do alto de sua arrogância, capaz de aconselhar. Ah, mas é muito presunção, é muita petulância! Como dizemos aqui no sul "é só um guri cagado", está pensando o que da vida? Claro, com a vida dos outros é fácil, o problema é com a sua própria.
E o resultado dessa arrogância toda? Solidão, carência. Lhe falta amor, lhe falta carinho, lhe falta alguém que diga "eu te amo", lhe falta alguém a seu lado. É uma pessoa triste, carente de quase tudo, mas pela arrogância que o acompanha, não se permite ser vidraça nem por um momento, julgando o restante da humanidade muito pouco para avaliá-lo. Tem poucos amigos, que talvez sejam os que mais se aproximem de saber que ele é. É um sujeito digno de pena. Quem lhe dá o mínimo de atenção e carinho, acaba virando alvo de uma neurose, acaba se tornando a única responsável por deixá-lo feliz, sendo atazanada por uma necessidade quase doentia de atenção.
Mesmo que essa pessoa goste tanto dele como sei que gosta, ela não pode ter essa responsabilidade! Ninguém pode, é desumano, é desrespeitoso, é desleal. Como é difícil ser ele. De que adianta tudo o que leu e lê, se ele não se faz conhecido a quase ninguém? De que adianta entender de um tudo, se ele não se entende? Isso é vil, é frio, é triste demais. Ele precisa mudar, sair desse mundinho do "eu, por mim, para mim, eu mesmo", e entender que relacionar-se é vital para o desenvolvimento de cada indivíduo.
Como consequência, os anos passam, e ele não aproveita o que a vida oferece. Puxa, mas a vida foi dada a ele para que a aproveitasse do melhor modo possível, buscando crescimento. Só que ele vegeta, espera que as coisas lhe caiam no colo. Ora, existe um mundo, existe muita gente para conhecer, conviver! Mas ele não sai de casa, o lugar onde vive, essa cidadezinha ridícula, com gente tacanha, é indigna de conviver com ele. Não há por lá um só ser que ele julgue bom o suficiente para entendê-lo.
Existe alguém a quem ele devota carinho, amor incondicional, e a essa pessoa, ele não nega nada. Nutre um sentimento por ela que é mútuo, bonito, duradouro e inabalável. Mas a relação não se firma, e ele sofre. Talvez seja a paga por ter negligenciado essa parte da sua vida. Sinto por ele, espero que ele melhore, que aprenda que ser feliz, parte de si próprio, não dos outros. Que viver para um ser humano, é mais do que vegetar e portanto, é mais do que ele faz.
Sinta, ame, permita, faça esse favor a si mesmo!
"Pra você guardei o amor que nunca soube dar
o amor que tive e vi sem me deixar sentir
sem conseguir provar, sem entregar e repartir..." (Pra você guardei o amor - Nando Reis)
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