domingo, 31 de outubro de 2010

Halloween! Dois anos

Festa dos formandos, tendo como tema o dia das bruxas. Uma noite tépida, que terminou quente naquela madrugada de 2008. Aquela bruxinha mudaria muita coisa na minha vida. E como ela estava linda, de vestido preto, uma faixa roxa em torno da cintura, e um chapeuzinho de feiticeira. Me chamou para eu dar opinião sobre a roupa dela, e foi aí que algumas coisas começaram a acontecer. Até então, eu não havia ainda visto aquela mulher, ao menos não daquela maneira. Então eu disse "eu quero essa mulher para mim".

Durante a festa, olhares, sorrisos, risadas, danças e alegria. O clima já rolava e era fácil perceber. Depois de sentir ela se soltar nos meus braços, após um susto que lhe apliquei, eu tive certeza de que algo iria acontecer. E foi diante da porta do quarto dela, que nos beijamos por horas, em uma das coisas mais loucas e intensas pelas quais já passei na vida.

O tempo passou e continuávamos juntos, pelo menos da porta pra dentro. E quem nos via nos corredores da casa do estudante? Ninguém. Quem queria falar comigo batia no quarto dela, quem queria falar com ela, batia no meu. Foram meses de uma convivência constante, que fortaleceram os laços existentes, e criaram mais alguns. Estivemos na praia juntos por dias e nos curtimos bastante. Vi ela ir viver muito longe por três meses, e sofria diariamente com a distância e a circunstância. Com alegria, a vi retornar duas semanas antes da minha formatura. Vivemos como namorados por um tempo, depois terminamos e ficamos meses sem nos ver.

Não vivi nada na minha vida que seja par. É algo tão enlouquecedor o que sinto que não controlo. As coisas quase nunca acontecem do jeito, e na velocidade que eu desejo, mas ainda assim o sentimento segue no meu peito, acelerando meu coração com o simples ato de lembrar do seu sorriso. Há uma semana vivemos um fim-de-semana incrível, repleto de coisas boas, recheado de nós dois e mais nada nem ninguém. Um mundo só nosso, que tantas vezes já criamos, um mundo onde se pode tudo e onde as outras pessoas são meras figurantes.

E hoje, onde estás? Em que pensas? O que fizeste com as coisas que descobriu acerca de si mesma? Espero que faça bom proveito delas. Descobertas fortes e grandes, bem como doloridas, mas que dão idéia do que se passa dentro dessa cabecinha tão confusa (e um tanto teimosa também). Quanto a mim, não tenho mesmo mais remédio, te querer é mais forte do que tudo.

Então, sigo aguardando...

É a vida...

E a voz continua a me dizer entre meus pensamentos: "ela vai ser a mãe dos teus filhos, não adianta fugir disso."

O que tenho que aprender? Por que estou passando por isso? Quando isso vai acabar?

Tenho que aprender a respeitar o tempo e a sabedoria da vida, e tudo isso é um grande teste. Estou passando por isso por algum motivo justo, e só vai acabar quando tiver de acabar, afinal eu não tenho forças para mudar o destino.

Sinto sua falta, gostaria de te abraçar agora, mas não posso. Queria pode fazer sumir algumas coisas, mas igualmente não posso. Queria que tudo fosse mais simples, mas não posso também fazer nada quanto a isso.

E a voz repete "a mãe dos teus filhos"!

E eu repito "que assim seja".

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

A sabedoria da vida e a linearidade dos fatos

Não há como negar, ou melhor, até há, mas é um tanto temerário. A sabedoria da vida é inegável e dá provas disso diariamente. Pare e repare, seja justo com o criador, seja justo com o que ele te oferece, seja justo consigo mesmo e com o próximo. Seja humilde para aceitar que cada coisa tem seu tempo, seja indulgente para com o irmão, ele não é você, ele não é obrigado a ver e agir como você, seja transigente para entender que ele não está no mesmo tempo nem no mesmo seu estado evolutivo.

Deus não põe nos ombros de um seu filho, um fardo que este não possa carregar. Àqueles a quem foram dados os fardos mais pesados, são os mais fortes para carregá-los. Não encare isso como uma coisa ruim, agradeça pelas dificuldades. Superá-las te faz crescer, aprender, evoluir. Eu sei que é difícil agradecer pelas dificuldades, mas, vale lembrar que o que para nós parece tão grande, se mostra ínfimo diante das privações de outrem.

Lembra: existem irmãos em torno do globo, que sequer tem o que comer, que não tem liberdade de culto e de expressão. Que passam por guerras e privações mil. Será que seus fardos são assim tão pesados?

A vida traça seu rumo, e isso é imutável. Ah, mas e o livre-arbítrio? Bem, o livre-arbítrio te dá direito de escolher o que quer para si, mas isso não significa que o rumo traçado não vá acontecer. Somos livres para escolher, mas a evolução, a aprendizagem no decorrer da vida nos induz a tomar a decisão correta, que é justamente aquela que a vida traçou.

Bom, falamos "a vida", como se ela fosse um ser pensante. Bem, a vida (nossa e de tantos outros) é arquitetada por nós mesmos, antes do reencarne. Está aí a justificativa para aceitarmos o que ela nos traz, já que fomos nós mesmos quem assim pedimos. Está aí a explicação do por que ela é tão sábia, afinal, ela sabe de literalmente TUDO.

E os caminhos podem ser os mais tortuosos possíveis, ou os mais retos, por escolha em vida, ou antes do reencarne. Nada na vida é por acaso, nenhum dos problemas, dos percalços que encontramos estão ali a toa. Algo temos de aprender com o que é posto. E se isso não fica para trás é pelo fato de não termos ainda entendido. De nada adianta tentar passar ao largo, pois a situação volta ali adiante de novo, te levando a reflexão. É complicado aceitar que algo que é tão certo, rui logo aí adiante, mas isso significa que não era tão certo, ou não era o momento.

Simples de entender? sim. Simples de aceitar? nem tanto. Isso também é aprendizado, também é evolução. O espírita crente, já leu, e a interiorização do aprendizado, vai se alicerçando com o que a vida mostra. Tudo é lógico, é perfeito. Deus é justo e soberano, e bom, muito bom. Oferece a seus filhos com todo o amor, inúmeras oportunidades de crescer, de aprender. Aceita como paga um "valor" muito inferior as nossas dívidas contraídas em tantas vidas.

Portanto, ao invés de reclamar e achar que alguém tem algo contra você, raciocine sobre isso tudo, e pense: será que minha vida é assim tão difícil? Não se trata de tirar o mérito de suas dores (das minhas dores, das dores de todos), afinal para cada um de nós, nossos problemas parecem ser os maiores, intermináveis. Acontece que não vivemos sós no mundo, só que o ser humano ainda tem dificuldades para entender (de verdade) esse fato.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Fogo e Gasolina

(Roberta Sá e Lenine)
Você é um avião e eu sou um edifício
Eu sou um abrigo e você é um missil
Eu sou a mata e você é a moto-serra
Eu sou um terremoto e você a Terra.
O nosso jogo é perigoso, menina
Nós somos fogo
Nós somos fogo
Nós somos fogo e gasolina.
Você é o fósforo e eu sou o pavio
Você é um torpedo e eu sou um navio
Você é o trem e eu sou o trilho
Eu sou o dedo e você é o meu gatilho.
O nosso jogo é perigoso, menina
Nós somos fogo
Nós somos fogo
Nós somos fogo e gasolina
Nós somos fogo
Nós somos fogo
Nós somos fogo e gás.
Eu sou a veia e você é a agulha
Eu sou o gás e você é a fagulha
Eu sou o fogo e você é a gasolina
Eu sou a pólvora e você a mina.
O nosso jogo perigoso combina
Nós somos fogo
Nós somos fogo
Nós somos fogo e gasolina.

"Gostaria que o tempo parasse enquanto estivéssemos juntos"

É, algumas coisas a vida trás para serem aceitas, e não discutidas. Por mais que tentassem mentir, não conseguiram engambelar ninguém, nem a si mesmos (pelo menos não por muito tempo). As engrenagens se encaixam perfeitamente, no momento exato, que nenhum dos dois sabe qual é, e de repente acontece! Mãos dadas, proximidade, olho no olho, sorrisos, risos, beijos no rosto, sonhos, músicas... e enfim, tudo o que diziam ter acabado, volta com força absurda e os joga um nos braços do outro novamente. Apesar do tempo sem contato (físico), a afinidade jura que o distanciamento foi de no máximo 24 horas, mas foram meses. E algo mudou? Sim, muita coisa mudou, e para melhor.

Hoje, ambos estão mais amadurecidos, menos preocupados e mais dispostos a aproveitarem estes momentos, tão raros nos últimos tempos. São delícias de uma convivência tão intensa, rica e bonita, que o brilho nos olhos de ambos não esconde. Os afagos e os olhares, são semelhantes aos de adolescentes em tenra idade, curtindo o primeiro amor. O sorriso é franco e aberto, a cumplicidade é imensurável. Riem de doer a barriga e lacrimejar, amam-se em fogo pleno, o contato da pele produz efeitos surreais. Fazem planos, já não dá mais para negar nada. É tão forte, que não pode ser guardado.Que nome se dá a isso? Me diga, que nome?

Ele diz "gostaria que o tempo parasse enquanto estivéssemos juntos". Ela apenas sorri e o beija, com semblante feliz. Felizes estão ambos, felizes de deixar as pessoas perplexas, olhando sem entender muito bem, afinal, casais felizes e com atitudes "bobas" não são lá muito comuns hoje em dia. A felicidade é algo raro, num mundo que contempla o vil-metal com tanto ardor, e carrega a hipocrisia do conviver por conviver, sem pensar no que realmente se leva da vida, que é aquilo que se viveu.

O que acontecerá a partir de agora? Não se sabe, e para que saber? Por que perder tempo tentando adivinhar o futuro, sem viver o presente?

Viver mais, querer mais.

Ame!

sábado, 16 de outubro de 2010

Não adianta forçar

Ontem eu tive a prova cabal de que não adianta forçar nada. As coisas só acontecem quando tem de acontecer, não quando se quer. Tudo bem que devamos provocar situações, mas ainda assim, provocar situações não necessariamente redundará naquilo que se almeja. Assim é a vida, dá e tira de acordo com nossas necessidades. Ainda devo ter algo a aprender.

É fato que quando deixamos situações insolutas, feridas abertas por assim dizer, a vida nos trás de volta. Aquele ponto precisa ser resolvido, exorcizado, para a ferida enfim poder cicatrizar. De um pé de tomates não nascem maçãs, não se pode esperar algo de onde não pode sair. É injusto com todos os envolvidos. Baladas até fazeM parte da minha vida, mas não são o meu habitat. Não me sinto bem nelas, na realidade jamais me senti, e não adianta querer mudar no sentido de gostar daquilo que eu nunca fui fã.

Essa concorrência estúpida, como se algumas coisas fossem obrigatórias, essas cobranças estapafúrdias sobre mim mesmo, cobrando atitudes e satisfações que eu não devo a mim mesmo, é injusto comigo também.

São reflexões, aprendizados. Não sei onde isso vai parar nem qual será o resultado, mas com certeza, nunca sou no dia seguinte o que fui no dia anterior.

A vida ensina, esteja aberto a aprender!

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Como eu percebo as coisas

Hoje durante o almoço, minha mãe me disse: "tu gosta de uma polêmica não é?", ao que eu respondi "sim mãe, eu gosto, e o bom seria é que todos gostassem, pois não deixariam se levar pela sordidez dos meios de comunicação". A política é algo complicado. Ela desperta amores e ódios, paixão e desilusão, e é isso que a torna algo tão fascinante.

Tudo o que eu faço, ou melhor dizendo, em tudo o que eu faço, eu ponho sentimento, atitude, paixão. Tenho um partido, tenho ideais, e os defendo sempre. Estamos assistindo a um massacre da mídia tradicional brasileira, que é pérfida e podre como sempre foi, mas cada vez mais mostra sua cara, e com certeza vai continuar sendo objeto de estudos no exterior, sobre a (falta de) ética no jornalismo.

Esta mídia explora os erros de um lado (esquerdo), e esconde os erros do outro (direito). Rotula os cidadãos como imbecis, tratam de assuntos que são secundários, e fazem de conta que não há nada de podre no reino da direita. O que tem eles a perder ou a ganhar? http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2010/10/15/gabrielli-prova-a-miriam-como-o-serra-ia-vender-a-petrobrax/

Como diz o Mino Carta, querem de novo a democracia dos 20 milhões (leia http://www.cartacapital.com.br/destaques_carta_capital/o-tempo-como-invencao-do-homem). É quase impossível escancarar mais o posicionamento da mídia golpista. Eles querem "o candidato" no planalto, para voltar a colocar vendas nos olhos das pessoas. Isso não pode acontecer... ou pode? Como espírita sei que as coisas acontecem quando têm de acontecer, e talvez o povo brasileiro precise passar por isso ainda, talvez para aprender a valorizar. Ah, o puritano povo brasileiro, e hipócrita... infelizmente somos assim, daquele tipo que passa a noite no lupanar e no domingo de manhã, cheio de bafos de bebidas, está diante dos líderes espirituais da cidade, com cara de santo, esperando ter seus pecados perdoados. O pior de tudo é que estes são os que mais evocam a família, o tradicional, criticam, apontam o dedo...

É, talvez o povo precise!

Seja o que Deus quiser, mas eu vou seguir na luta, pelo meu país, e pelos milhões de irmãos que saíram da linha da miséria. Irmãos que para muitos, são ignorantes, pobres, indesejáveis, mostrando o tamanho do amor ao próximo praticado pela maioria. É pela vida destes, que eu tenho minhas convicções, e vou lutar por elas enquanto eu tiver forças.

domingo, 10 de outubro de 2010

A difícil arte de recomeçar

Acalmados os ânimos, tomada a consciência de que é necessário se recomeçar, vem outra parte, que é tão difícil quanto esta: RECOMEÇAR. Chamo de arte, pelo fato de que recomeçar exige talento e força de vontade. Gostaria de ter este talento, e até trocaria o (pouco) que tenho para escrever, pelo talento de recomeçar com facilidade.

As coisas não estão fáceis, e toda a atitude que eu tomo, parece por assim dizer, infrutífera. Estou numa cidade em que, apesar de eu ter me criado, me sinto um estranho sempre, a qualquer lugar que eu vá. Para completar, parei de beber à algum tempo, e quando tentei recomeçar (para ver como é difícil), também não consegui, pois meu organismo não aceita mais o álcool, e este talvez fosse um dos poucos elos, das possibilidades de ampliar minhas relações de um modo geral.

Eu sei que nosso Deus, que é justo, infinitamente bom, e vagaroso em irar-se, jamais põe sobre os ombros de um filho, um fardo que não tenha condições de carregar. Quanto mais pesados os fardos, quanto maior a exigência, mais será dado. Eu carrego o fardo da solidão, de um isolamento do qual não gosto, de um mundo que vislumbro sem horizonte, de um amor que não tenho, de amigos com os quais não privo mais de companhia. Tudo se desfez, e o ponto do desfecho foi a minha formatura. A partir de então eu estou só, e não me vejo em condições de sair dessa solidão.

É triste ter tanto amor a dar, e não encontrar alguém que aceite. As vezes eu acho que eu deveria ser como o restante da média dos homens, frio e egoísta. Quando digo isso, algumas pessoas me falam que eu não devo mudar, pois isso é uma virtude minha. É, nem todas as virtudes são agradáveis não é? Eu gosto de ser como eu sou, de fazer uma mulher se sentir bem em meus braços, mas as vezes penso que preciso mudar, e olhá-lhas como criaturas descartáveis, objetos... É horrível dizer isso, mas eu não encontro mais forças para valorizar que não me valoriza, quem joga na lata de lixo o que eu ofereço.

Eu posso estar procurando no lugar errado, ou sendo tremendamente injusto ao esperar de alguém algo que este alguém não pode me dar, mas eu sou humano, falível, influenciável, falho. Tenho que parar com este meu complexo de menina virgem, e aceitar frivolidades, aceitar relações vazias, sem esperar delas mais nada do que o momento. Não dá para viver sonhando, não dá para ser assim. Chega!

Difícil arte... talento que eu não possuo... sem o talento, preciso desenvolver a técnica. Não é como aprender a jogar basquete, mas eu vou tentar aprender.